Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do CenarioMT
O Parque Estadual Cristalino II, uma das áreas mais importantes da Amazônia brasileira, está sob risco de desaparecer. A unidade de conservação, situada no “arco do desmatamento” em Mato Grosso, teve seu decreto de criação anulado pela Justiça após uma ação judicial movida pela empresa Sociedade Comercial Triângulo Ltda., que questiona a incorporação de terras ao parque.
O conflito judicial
A empresa alegou que terras privadas foram indevidamente incluídas na área do Cristalino II, o que levou à decisão da Justiça Estadual de anular a criação da unidade de conservação. A medida gerou preocupação entre órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia-Geral da União (AGU), que recorreram da decisão.
O MPF argumenta que o parque é essencial para a preservação da biodiversidade, a regulação do clima e a proteção de comunidades tradicionais da região. Segundo o órgão, a extinção da unidade pode abrir espaço para práticas predatórias, como o desmatamento e a exploração madeireira, causando impactos irreversíveis ao meio ambiente.
Já a AGU defende que as terras em disputa pertencem à União e que a empresa não possui direitos sobre elas. O órgão enfatiza a importância de manter a proteção do Cristalino II para evitar a degradação ambiental e preservar o patrimônio natural brasileiro.
Um tesouro ambiental em perigo
O Cristalino II é reconhecido por sua rica biodiversidade, abrigando espécies de fauna e flora ameaçadas de extinção. Sua preservação é crucial não apenas para a Amazônia, mas para todo o planeta, devido ao seu papel na regulação do clima e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
A unidade faz parte do Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), que busca conservar a maior floresta tropical do mundo. Sua localização no “arco do desmatamento” a torna ainda mais estratégica no combate à degradação ambiental.
Mobilização em defesa do parque
O caso do Cristalino II tem mobilizado organizações ambientais, pesquisadores e o poder público. A preservação do parque é vista como fundamental para garantir um futuro sustentável, não apenas para a região, mas para as próximas gerações.
Enquanto o destino do parque ainda está em discussão judicial, a pressão de diversas entidades reflete a importância de políticas públicas mais robustas para proteger as áreas naturais do Brasil. O Cristalino II é um símbolo da luta pela preservação da Amazônia e pelos serviços ambientais indispensáveis que ela oferece.