Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do CenarioMT
O mercado pecuário brasileiro continua aquecido, com preços de boi, fêmeas e reposição em alta constante há três meses, conforme dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O aumento nos preços é impulsionado pela forte demanda tanto no mercado interno quanto no externo, especialmente com a elevação das exportações. Em setembro, as exportações bateram recorde e, em outubro, o volume foi ainda maior, refletindo o crescimento contínuo do setor.
No mercado interno, o consumo de carne também permanece firme, apesar dos preços elevados. Dados do Cepea mostram que o preço da carne com osso no atacado da Grande São Paulo atingiu seu nível mais alto em 3,5 anos. No início de novembro, o preço da carcaça casada de boi já havia subido quase 7%, chegando a R$ 23,43 por quilo, enquanto a carne de vaca/novilha registrou alta superior a 8%, com preço de R$ 22,29 por quilo.
Os dados do IBGE também confirmam a tendência de crescimento na produção de carne bovina. Entre julho e setembro, o abate de animais aumentou 6,3% em comparação ao trimestre anterior, e o número de animais abatidos foi 3,7% maior que no período de abril a junho, totalizando 10,33 milhões de cabeças.
Segundo os pesquisadores do Cepea, o aquecimento do mercado pecuário é reflexo tanto do ciclo de produção mundial quanto da forte demanda externa. A alta nos preços da carne bovina é um fenômeno global, com os produtores brasileiros respondendo a isso com aumentos na produção e investimentos em produtividade, preparando-se para um possível ajuste no mercado.
No campo, frigoríficos seguem comprando animais para abate, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A demanda aumentada e o ritmo forte das compras têm levado a um crescimento nos preços pagos pelos frigoríficos, que, desde agosto, registram aumentos de cerca de 46% no preço da arroba do boi. Mesmo com as dificuldades causadas pela seca nas pastagens, os pecuaristas têm investido em sistemas de confinamento para atender à demanda.
As exportações de carne bovina, por sua vez, seguem em alta. Em outubro, o Brasil exportou 42% mais carne em comparação ao ano passado, atingindo 2,397 milhões de toneladas nos primeiros dez meses de 2024, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2023. A receita das exportações também aumentou, superando os US$ 10,5 bilhões, representando uma alta de 22,6% em relação ao ano anterior.
A China continua sendo o principal destino das exportações de carne bovina, absorvendo metade da produção brasileira. Outros mercados, como os Estados Unidos e os países árabes, também têm ampliado suas compras, ajudando a impulsionar as exportações.
Em resumo, o mercado pecuário brasileiro segue forte, com aumento nas exportações, preços elevados e uma demanda robusta tanto no mercado interno quanto externo, refletindo um cenário positivo para o setor.