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Chuva preta é impacto das queimadas que o Brasil enfrenta

REDAÇÃO PORTAL RBT NEWS FONTE G1.

Apesar de não ser tóxica, o uso excessivo dessa água pode apresentar riscos.

O mês de agosto foi o pior em número de incêndios no país nos últimos dez anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As queimadas devastam grandes áreas e seus efeitos são perceptíveis no céu e na saúde das pessoas.

A pesquisadora do Inpe Karla Longo, explica que o fogo consome a matéria orgânica  árvores e plantas, liberando gases como dióxido de carbono, monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, além de outros compostos. “O que vemos no céu são partículas restantes do que foi queimado, como a fuligem. Essas partículas são tão pequenas que ficam suspensas na atmosfera, e quando penetram as nuvens de chuva, tornam a água escura”, detalha Longo.

Embora a chuva escurecida pela fumaça possa parecer alarmante, especialistas garantem que, no contato com a pele, ela não é prejudicial à saúde. “É uma chuva contaminada, mas não necessariamente tóxica”, afirma Longo. Segundo ela, o fenômeno é resultado da queima de matéria orgânica e não apresenta o mesmo risco de uma chuva carregada com resíduos industriais.

Gilberto Collares professor de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), explica que o risco dessa chuva causada pela queima de árvores e folhas é menor. “Se, além dos componentes orgânicos, houvesse resíduos industriais de potencial tóxico, a situação seria outra. Teríamos a formação da chamada chuva ácida, que é potencialmente muito mais perigosa”, alerta o professor.

Para aqueles que coletam água da chuva para uso doméstico, a recomendação é evitar utilizá-la para beber, cozinhar ou para contato prolongado com a pele.

 

 

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