HERCULANO BARRETO FILHO
A Polícia Civil analisa o material genético dos 15 suspeitos mortos em confronto com as forças de segurança em meio à caçada no Tocantins, que completa um mês hoje. O objetivo é verificar se a quadrilha em fuga — após invadir a cidade de Confresa (MT) e atacar a PM e uma agência de transporte de valores — participou de outros mega-assaltos no país.
O que está acontecendo
Com a análise de DNA, será possível identificar possíveis comparsas nas ações. Depois de coletado por peritos e levado a um laboratório de DNA no Tocantins, o material foi encaminhado para a Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o caso.
Posteriormente, o material deve ser incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos, uma plataforma que coleta dados de vestígios de DNA deixados em crimes e todo o país.
Em Araçatuba, criminosos com fuzis explodiram caixas eletrônicos e usaram reféns como escudos humanos na fuga. Em ação monitorada com drones pelos criminosos, eles espalharam explosivos pelas ruas e incendiaram veículos para isolar a cidade. O assalto fracassou por causa de um mecanismo de destruição de cédulas.
Após o ataque frustrado em Confresa, os criminosos percorreram 160 km em carros blindados até Santa Terezinha (MT). O grupo então pegou dois barcos no rio Araguaia para cruzar a divisa com o Tocantins. Depois disso, invadiu uma fazenda para tentar fugir em um helicóptero. As buscas mobilizam cerca de 350 agentes de cinco estados.
Com as rodovias cercadas, o grupo precisou atravessar rios com armamento pesado. Os criminosos percorreram a pé mais de 100 km entre as cidades de Piuim e Marianópolis (TO), onde parte deles segue em fuga.
O que se sabe sobre o caso
A maior parte da quadrilha é formada por pessoas vindas de São Paulo. Isso reforça a possibilidade de envolvimento dos suspeitos pelo ataque em Confresa no mega-assalto de Araçatuba.
Nove dos 14 suspeitos identificados na ação em Mato Grosso são paulistas — entre eles, os dois presos. Três homens mortos ainda não foram identificados pela polícia. Todos eles têm antecedentes criminais, segundo a polícia.
Um dos fuzis apreendidos após confronto entre as forças de segurança e os suspeitos pertence à Polícia Militar de São Paulo. A arma foi identificada por causa do brasão, segundo a PM de Tocantins, que vê na apreensão mais um indício de que os criminosos atuavam em território paulista.
Os criminosos adotam a tática de “domínio de cidades”. A ação é um avanço em relação ao “novo cangaço” por ser mais perigosa e planejada. Essas quadrilhas contam com armas de grosso calibre, explosivos e veículos blindados para enfrentar as forças de segurança.