Fonte:Redação RBT NEWS com informações da GD
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o sigilo de uma reclamação apresentada pelo Ministério Público do Estado (MPE) contra o juiz Wladymir Perri, em meio a questionamentos sobre sua conduta no caso do advogado Roberto Zampieri, falecido em dezembro do ano passado. Perri teria criticado a manifestação ministerial que solicitava a negativa de acesso ilimitado aos dados do celular de Zampieri, alegando que a análise dessas informações ainda estava em curso.
Diante dessas alegações, o ministro do CNJ, Luis Felipe Salomão, ordenou que a investigação sobre a conduta do juiz seja mantida em sigilo. Perri, que recentemente foi transferido da 12ª Vara Criminal de Cuiabá para a 2ª Vara Criminal de Várzea Grande, agora enfrenta sua terceira reclamação disciplinar no CNJ em um período de apenas oito meses.
Em abril, uma reclamação foi aberta devido a alegações de conduta temerária e recorrente na administração de processos sob sua responsabilidade. Em outubro do ano passado, o juiz foi objeto de reclamação por ter ordenado a prisão da mãe de uma vítima durante uma audiência, após ela protestar contra o acusado de assassinar seu filho.
A reclamação do MPE em relação ao caso Zampieri foi assinada pelos promotores Samuel Frungilo, Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Jorge Paulo Damante Pereira. Eles expressaram preocupações sobre a manipulação dos dados do celular do advogado nos autos do caso. Segundo o MPE, diversos documentos lacrados foram apresentados à delegacia, e o juiz teria deslacrado esses envelopes sem provocação das partes ou designação de ato que pudesse ser acompanhado ou fiscalizado pelas partes.
No entanto, até o momento, não há registro nos autos sobre o resultado da análise desses documentos. O MPE solicitou que Perri retirasse o sigilo dos autos, mas o pedido não foi considerado.
Os promotores destacaram que a conduta de Perri em autorizar amplo acesso aos objetos apreendidos para si mesmo, bem como decretar sigilo dos autos e promover o deslacre do material apreendido sem justificativa clara, é motivo de estranheza e perplexidade.
Perri confirmou sua remoção para Várzea Grande e declarou que ainda não recebeu notificação sobre a reclamação disciplinar.