Por Sofia Pontes, Cleto kipper, g1 MT e TV Centro América
Fogo consome vegetação no Pantanal. — Foto: Araquém Alcântara
🔥 A área queimada em Mato Grosso, em agosto, corresponde a quatro vezes o tamanho da capital, Cuiabá . Ao todo, 1,7 milhões de hectares já foram destruídos pelo fogo, segundo um levantamento divulgado pela MapBiomas, nesta quinta-feira (12). O número corresponde a um aumento de 271% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram devastados 465.407 hectares do estado (veja lista abaixo).
📍Cuiabá possui 432.745 hectares de área territorial, segundo o censo de 2022, divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).
Municípios mais afetados pelo fogo em agosto/2024:
O estado também lidera o ranking de área queimada no Brasil em 2024. Entre janeiro e agosto deste ano, o estado concentrou 21% da área atingida pelo fogo no Brasil, com 2,3 milhões de hectares queimados.
Segundo a diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, além de combater, é necessário investigar as causas dos incêndios.
“O combate aos incêndios é uma coisa muito complexa que envolve diferentes agentes e todo mundo envolvido precisa entender que estamos assando por um clima muito seco e que o fogo não deve ser utilizado nesse clima porque isso pode causar grandes incêndios, como a gente tem visto”, explica.
O fogo se alastra por todas as regiões de Mato Grosso. Das 142 cidades, 67 registraram focos de incêndios nas últimas 24 horas. Nesta quinta-feira (12), o estado registra 1.057 pontos de calor ativos. Os dados são do sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) BDQueimadas.
Cerrado foi o bioma que mais queimou
O Cerrado foi o bioma com a maior área queimada em agosto de 2024, com 2,4 milhões de hectares, ou 43% de toda a área queimada no Brasil no período. A Amazônia vem em seguida, com 2 milhões de hectares queimados.
“Agosto trouxe um cenário alarmante para o Cerrado, com um aumento expressivo da área queimada, a maior nos últimos seis anos. O bioma, que é extremamente vulnerável durante a estiagem, viu a maior extensão de queimadas nos últimos seis anos, refletindo a baixa qualidade do ar nas cidades.” detalha Vera Arruda, pesquisadora no IPAM e coordenadora técnica do Monitor do Fogo.