Mato Grosso registra maior número de mortes por dengue desde 2010 e aumento de casos em 2024
Mato Grosso registra maior número de mortes por dengue desde 2010 e aumento de casos em 2024
Mato Grosso enfrenta um aumento significativo no número de mortes por dengue em 2024. Até o momento, 39 óbitos foram registrados, o maior índice desde 2010. O aumento é alarmante, já que, em comparação aos últimos cinco anos, o número de mortes subiu 116%, conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT).
Em 2024, o estado já contabiliza 43.523 casos prováveis da doença, um aumento considerável em relação aos 28.612 casos registrados no ano passado.
Histórico de mortes
O maior número de mortes por dengue nas últimas duas décadas ocorreu em 2009, com 56 óbitos, e em 2010, com 52 mortes. Após uma redução nos anos seguintes, o número de mortes voltou a subir em 2012 e 2013, quando foi registrada a primeira ocorrência do sorotipo 4 do vírus no estado. Este novo tipo de vírus elevou a incidência da doença, especialmente em pessoas com o sistema imunológico já enfraquecido, resultando em reações mais graves e fatais.
Após esse pico, o número de óbitos voltou a cair, com uma média de cinco mortes por ano até 2019. Contudo, a situação se agravou novamente a partir de 2020, com 18 mortes, e seguiu subindo nos anos seguintes, chegando a 39 óbitos confirmados este ano. O município de Pontes e Lacerda lidera o número de mortes em 2024, com oito casos registrados.
Fatores que contribuem para o aumento
Jussara Iurk, gerente de Animais Sinantrópicos do Centro de Zoonoses de Cuiabá, aponta que a negligência na eliminação dos focos do mosquito Aedes aegypti é uma das principais causas desse aumento. Ela destaca que a dengue, antes uma doença sazonal, agora é registrada durante todo o ano, inclusive nos períodos de estiagem.
“O ovo do mosquito pode ficar até 400 dias no seco. Quando entra em contato com a água acumulada, ele eclode. Se a mãe do mosquito estiver infectada, o filhote já nasce transmissor do vírus”, explicou Jussara.
A especialista alerta também para o aumento no número de criadouros do mosquito, com a população deixando de cuidar de suas próprias residências e focando apenas nos terrenos vizinhos. Ela destaca que, apesar de ser uma doença totalmente prevenível, muitas pessoas ainda não têm o hábito de eliminar os focos do mosquito.
Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do GD
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