Mato Grosso deve confinar mais de 928 mil cabeças de gado em 2025, aponta Imea
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) projeta que o estado de Mato Grosso encerrará 2025 com 928.673 cabeças de gado confinadas, o que representa alta de 4,05% em relação ao ano anterior. O avanço é atribuído à melhora na margem de lucro dos pecuaristas, impulsionada pela valorização do boi gordo acima do milho, que elevou a relação de troca para 5,52 sacas por arroba.
Apesar do aumento no custo de produção, o cenário segue favorável. A diária do confinamento chegou a R$ 13,79 neste ano, uma alta de 16,47% sobre 2024, mas ainda abaixo dos níveis registrados entre 2020 e 2021. Segundo o Imea, essa combinação de custos controlados e receita maior ajudou a sustentar o crescimento do volume de animais confinados.
“Nosso levantamento aponta o maior volume de confinamento dos últimos anos. Mesmo com a alta na diária, a relação boi/milho ficou mais favorável e recompôs a margem do confinador”, destacou Milena Bezerra, analista de mercado pecuário do Imea.
O estudo mostra, no entanto, uma redução no número de produtores que optaram por confinar. A adesão ao sistema caiu de 85,65% em 2024 para 69,57% em 2025. Ainda assim, o volume total aumentou porque as operações que permaneceram no sistema ampliaram suas escalas. Entre os que deixaram de confinar, 72,73% possuem estruturas com até mil cabeças.
Segundo Milena, há uma tendência de diversificação dos modelos de terminação.
“Vemos menos produtores confinando, mas com maior escala por operação. Ganham espaço o semiconfinamento (29,73%) e a TIP (Terminação Intensiva a Pasto) (8,11%), que entregam resultados semelhantes ao cocho e ajudam a reduzir custos”, explicou.
As regiões Oeste e Norte concentram quase metade do gado confinado no estado. A Oeste lidera, com 271.943 cabeças, seguida pelo Norte (195.945). Depois aparecem as regiões Sudeste (145.292), Médio-Norte (109.906), Centro-Sul (95.427), Nordeste (55.559) e Noroeste (54.601).
Nos insumos da dieta, o levantamento apontou alta significativa nos preços: o farelo de algodão subiu 49,35%, o milho 33,98% e o DDG 20,33%. A demanda crescente da indústria de etanol de milho contribuiu para pressionar o cereal, mas a melhora na relação de troca manteve o confinamento competitivo.
Mesmo com o aumento da produção, o uso de ferramentas de proteção de preços ainda é baixo. Apenas 4,17% dos produtores utilizaram trava a termo e 3,79% recorreram à bolsa de valores. O Imea destaca que há espaço para ampliar o uso de hedge, garantindo maior previsibilidade de margem.
Os dados fazem parte do 3º Levantamento das Intenções de Confinamento de 2025, realizado pelo Imea e concluído em outubro deste ano. O instituto ressalta que o estudo reflete uma amostra representativa de informantes e não constitui um censo estadual.




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