fonte: Yan Rocha/RBT News com informações de AgoraMT
Em 2023, o Brasil enfrentou um número recorde de desastres hidrológicos e geohidrológicos, com 1.161 eventos registrados, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O Rio Grande do Sul, um dos estados mais afetados, sofreu uma tragédia ambiental que resultou na morte de 149 pessoas.
Dos eventos registrados, 716 foram de natureza hidrológica, como enchentes e transbordamentos de rios, enquanto 445 foram de origem geológica, incluindo deslizamentos de terra. A maioria desses desastres ocorreu nas capitais e regiões metropolitanas, especialmente na faixa leste do país.
O Cemaden emitiu 3.425 alertas de desastres ao longo do ano passado, sendo 1.813 para desastres hidrológicos e 1.612 para desastres geológicos. Este foi o terceiro maior número de alertas desde a criação do órgão em 2011. Atualmente, o Cemaden monitora 1.038 municípios, que representam 18% das cidades brasileiras e 55% da população nacional. As regiões metropolitanas, o Vale do Taquari (RS) e o Vale do Itajaí (SC) receberam a maioria dos alertas. Petrópolis (RJ) liderou o ranking com 61 alertas, seguida por São Paulo (56) e Manaus (49).
A diretora do Cemaden, Regina Alvalá, explicou que 2023 foi um ano atípico devido à rápida transição do fenômeno La Niña para o El Niño, alterando os padrões de chuva. As mudanças climáticas também contribuíram para esse cenário, com oceanos mais quentes gerando mais vapor de água na atmosfera, resultando em chuvas mais intensas.
Dois desastres em particular tiveram grandes impactos em 2023: os deslizamentos de terra em São Sebastião (SP), que causaram 64 mortes, e no Vale do Taquari (RS), que resultaram em 53 mortes. Recentemente, o Rio Grande do Sul foi novamente atingido por fortes chuvas, com um saldo de 149 mortos, 124 desaparecidos e 806 feridos. Mais de 615 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas, com 76,8 mil delas permanecendo em abrigos.