Fonte:Redação RBT NEWS com informações da GD
Na tarde desta terça-feira (18), o juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati, da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, proferiu sentença condenatória contra Paulo Mariano, impondo-lhe 17 anos de prisão pelo feminicídio de Zildinete Auxiliadora Duarte. O crime chocou a cidade quando, em dezembro de 2022, a vítima foi brutalmente esfaqueada enquanto dormia em sua residência no bairro Vila Olinda.
Segundo relatos apresentados durante o julgamento pelo Tribunal do Júri, Paulo Mariano alegou que agiu em legítima defesa após anos de ameaças e agressões por parte da esposa. Ele afirmou que, na noite fatídica, Zildinete o atacou com facadas nas costas e na cabeça, ameaçando matá-lo. Após aguardar que ela adormecesse, desferiu três golpes fatais com uma faca, sendo dois nas costas e um no peito.
O réu, então, tomou a decisão de comunicar às autoridades policiais sobre o ocorrido, assumindo a autoria do crime. No desfecho do julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e autoria do homicídio, além das qualificadoras de motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio. Contudo, os jurados rejeitaram a tese de homicídio privilegiado, que poderia atenuar a pena.
“Obediente à soberana decisão do Colendo Conselho de Sentença, hei por bem julgar procedente a pretensão punitiva estatal para condenar Paulo Mariano pela prática do crime do art. 121, §2º, I, IV e VI do Código Penal [homicídio]”, decretou o magistrado Leonardo Tumiati ao determinar a pena de 17 anos de reclusão em regime fechado, além da suspensão dos direitos políticos do condenado.
A tragédia evidencia não apenas a gravidade dos crimes passionais, mas também levanta questões sobre as dinâmicas de violência doméstica e os limites da legítima defesa. O caso reforça a importância de políticas públicas e ações preventivas para proteção das vítimas e conscientização da sociedade sobre os direitos das mulheres.