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Wellington Fagundes comemora aprovação de projeto que põe fim aos descontos associativos em benefícios do INSS

Wellington Fagundes comemora aprovação de projeto que põe fim aos descontos associativos em benefícios do INSS

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (12) o projeto de lei que proíbe definitivamente os descontos associativos em aposentadorias e pensões do INSS, prática que, segundo investigações, esteve no centro de um dos maiores esquemas de fraudes já registrados contra idosos no país. A proposta, relatada pelo senador Rogério Marinho (PL-RN), segue agora para sanção da Presidência da República.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT), líder do Bloco Vanguarda no Senado e integrante da CPMI do INSS, comemorou a decisão. Para ele, a votação representa uma “grande vitória dos aposentados brasileiros”, que há anos denunciam cobranças indevidas inseridas diretamente em seus benefícios.

Fagundes lembrou que as investigações da CPMI apontaram cerca de R$ 6,3 bilhões desviados entre 2019 e 2024, resultado de descontos feitos sem autorização ou por meio de falsificação de assinaturas.

“Essa é uma conquista dos nossos velhinhos, uma resposta à pouca vergonha que tomou conta do sistema. Chega de roubo contra quem trabalhou a vida inteira. A CPMI foi criada para isso: fiscalizar, punir os culpados e garantir justiça aos aposentados”, declarou o parlamentar.

O que muda com a nova lei

O texto aprovado pelo Senado impede qualquer tipo de desconto associativo nos benefícios, mesmo se houver autorização prévia registrada. A regra atinge clubes, entidades de classe e outras associações que, nos últimos anos, vinham sendo alvo de denúncias por cobranças irregulares.

Outro ponto central da proposta é a obrigação de devolução dos valores indevidos. Caso a entidade responsável não faça o ressarcimento em até 30 dias, caberá ao INSS devolver o dinheiro ao aposentado e, posteriormente, cobrar o reembolso da instituição que realizou o desconto.

O projeto também aumenta o rigor nas operações de crédito consignado, determinando que a contratação só poderá ser feita com identificação biométrica do beneficiário. Além disso, autoriza o sequestro de bens de pessoas e empresas envolvidas em esquemas de fraude.

CPMI segue apurações

Fagundes reforçou que, mesmo com a aprovação do projeto, os trabalhos da CPMI do INSS continuam. Segundo ele, o objetivo é garantir que todos os envolvidos nos desvios sejam responsabilizados.

“Essa Comissão não vai acabar em pizza. Vamos até o fim, para que cada centavo desviado volte para o bolso de quem realmente precisa: o aposentado brasileiro”, afirmou.

Mato Grosso já recuperou mais de R$ 29 milhões

Dados do próprio INSS mostram que o Governo Federal já devolveu R$ 29,3 milhões a aposentados e pensionistas de Mato Grosso vítimas de descontos associativos irregulares. Mais de 39 mil beneficiários já receberam as restituições diretamente na conta.

Outros 39.296 aposentados e pensionistas do estado aderiram recentemente ao acordo, número que corresponde a 64,49% dos 60.937 segurados aptos a participar da iniciativa.

Com a aprovação do projeto, a expectativa é de que os mecanismos de proteção aos aposentados sejam ampliados e que novas fraudes sejam evitadas.

Por Ana Flávia Moreira/RBT NEWS

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