Vereadora Silvana Perin volta a criticar gastos com eventos e cobra prioridades da gestão em Sorriso
Durante a sessão itinerante da Câmara Municipal realizada no distrito de Caravaggio, a vereadora Silvana Perin fez duras críticas à atual gestão municipal, questionando os critérios de alocação dos recursos públicos e apontando o que considera falta de prioridade em áreas essenciais como saúde, moradia, infraestrutura e educação.
Munida de documentos e uma tabela de contratos públicos, a parlamentar afirmou que somente neste ano, a prefeitura já gastou mais de R$ 2,5 milhões com eventos, deslocamentos e nomeações, enquanto moradores de distritos como Caravaggio enfrentam dificuldades para ter acesso a serviços básicos.
“Sorriso gastou mais de R$ 2 milhões e meio só com eventos. Para levar o nome da cidade a São Paulo, para ir a Cuiabá, para realizar ações que não geram retorno imediato. Mas para Caravagio, as coisas precisam ser mendigadas”, criticou Silvana.
Críticas às nomeações políticas e à falta de planejamento
A vereadora também criticou a nomeação de secretários adjuntos e o que chamou de aparelhamento político da máquina pública, defendendo que os cargos comissionados devem ser preenchidos por profissionais técnicos e preparados, e não por amizades ou indicações políticas.
“Eu não sou contra funcionários, mas não podemos mais nomear gente porque é amigo. Que seja nomeado alguém com perfil técnico para cada área. Não adianta colocar alguém na saúde se ele não serve pra isso. Isso não é gestão responsável”, afirmou.
Silvana citou ainda um contrato recente de R$ 400 mil para trazer um palestrante de Natal (RN) para ministrar formação na área de contabilidade, enquanto, segundo ela, “tem funcionário saindo pela janela da prefeitura” por conta da falta de estrutura e condições adequadas de trabalho.
Falta de moradia popular e alto custo de vida afastam mão de obra
Um dos pontos mais enfáticos da fala da vereadora foi a ausência de políticas de habitação popular em Sorriso. Silvana criticou o fato de que há mais de 10 anos o município não entrega nenhuma casa popular, o que, segundo ela, encarece a mão de obra e torna a cidade pouco atrativa para trabalhadores e empresas.
“Qual empresa vai se instalar aqui se o trabalhador não consegue morar? Sorriso tem um dos aluguéis mais caros do Brasil. Não entregamos uma casa popular sequer nos últimos dez anos. E não estou falando de casa de graça, estou falando daquelas que o povo paga parcela todo mês”, reforçou.
Falta o básico: saúde, iluminação, asfalto e limpeza urbana
Silvana relatou ainda problemas estruturais graves no distrito de Caravaggio, como cadeira quebrada em posto odontológico, falta de iluminação pública, problemas com a coleta de lixo e ruas sem asfalto.
“Se o básico estivesse sendo feito bem feito, a gente até poderia aceitar certos gastos. Mas hoje temos cadeira de dentista quebrada, cachorro solto nas ruas, escola com problema, lixo acumulado. Aí dizem que não tem dinheiro? Temos sim, mas falta gestão e prioridade”, criticou.
“Não é oposição por oposição”, diz vereadora
Ao longo do discurso, Silvana fez questão de frisar que sua postura não é motivada por oposição política, mas sim por compromisso com a população e com o bom uso dos recursos públicos.
“O prefeito Alei é meu amigo. Eu quero que esse governo dê certo. Mas enquanto os recursos públicos não forem usados de forma responsável, a cidade não vai avançar. Isso é histórico, está na nossa cara, e a gente precisa se indignar”, declarou.
Cobranças e indicações não atendidas
A vereadora também lamentou que diversas indicações feitas pelos vereadores desde o início do ano ainda não foram atendidas. Segundo ela, não é por falta de cobrança dos parlamentares, mas por descaso ou morosidade na execução por parte do Executivo.
“Todos nós aqui temos indicações para Caravaggio. A cobrança existe. Mas as respostas são lentas. E a população é quem sofre”, concluiu.
Por Ana Flávia Moreira/Jornalista
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