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“Temos que tomar cuidado para não criar uma lei que vire um chicote nas nossas costas”, diz vereador Emerson Farias

“Temos que tomar cuidado para não criar uma lei que vire um chicote nas nossas costas”, diz vereador Emerson Farias

Durante sessão na Câmara Municipal de Sorriso, o vereador Emerson Farias se manifestou sobre a proposta de criação de uma lei que obrigará a instalação de caixa de gordura em todas as residências do município. A medida surge em meio a denúncias sobre o descarte irregular de gordura diretamente na rede de esgoto e vias pluviais.

Embora reconheça a importância da caixa de gordura no sistema de esgotamento sanitário, Emerson alertou para a necessidade de cautela na criação da lei, principalmente quanto à aplicação em áreas carentes e à capacidade de fiscalização por parte do poder público.

“A caixa de gordura tem que ter mesmo. Se não tiver, ela vive sem mesmo. Mas é um negócio que já tem. O que falta é cobrar. Cobrar e ir atrás”, afirmou.

O vereador destacou que há um regimento técnico na Secretaria de estado que já exige caixa de gordura, fossa e outras estruturas para aprovação de projetos residenciais, e que o problema não está na legislação, mas sim na falta de fiscalização efetiva.

“Tem que ser cobrado mesmo, mas cobrado na efetiva do projeto. Nós pegamos e começamos a cobrar o que foi aprovado lá atrás”, pontuou.

Preocupação com impacto social e estrutura de fiscalização

Em sua fala, Emerson também demonstrou preocupação com os impactos da lei sobre a população de baixa renda, e com a estrutura atual do município para fiscalizar o cumprimento da norma.

“Temos que tomar cuidado em criar uma lei para depois não virar um chicote nas nossas costas. A população de mais baixa renda nossa aqui… temos que tomar cuidado”, disse, ressaltando que atualmente há poucos fiscais atuando no município.

Segundo ele, o número de profissionais responsáveis pela análise de projetos e fiscalização de obras é incompatível com a demanda de uma cidade em crescimento como Sorriso. Ele citou que houve ano com mais de 2.300 pedidos de alvará, enquanto a equipe de fiscalização estaria reduzida a um único servidor.

“Se eu não me engano, hoje só tem o Flávio para tomar conta do município com 120 mil pessoas. Ou nós colocamos o NIF [Núcleo Integrado de Fiscalização] na posição de fiscalizar e damos estrutura, ou toda hora um vai estar aqui fazendo e enxugando gelo”, alertou.

Por fim, Emerson Farias defendeu que a cobrança pelo cumprimento das normas técnicas deve ser acompanhada de estrutura adequada, prazos razoáveis para regularização e atualização do Plano Diretor do município, que segundo ele já está defasado.

Por Ana Flávia Moreira/Jornalista

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