Sob Trump, EUA mais que dobram número de deportações e removem 100 mil imigrantes em 9 meses

A campanha de deportação em massa conduzida pelo presidente dos Estados UnidosDonald Trump, é uma das medidas mais visíveis e de consequências mais profundas para o país tomadas pelo republicano desde que voltou à Casa Branca este ano.

Batidas de autoridades imigratórias em estacionamentos, supermercados, escolas, tribunais e no transporte público transformaram a vida de imigrantes nos EUA, que hoje vivem uma rotina de medo. Segundo ativistas, muitos se retiraram da vida pública, participando menos de eventos culturais e até mesmo deixando de sair à rua.

O braço responsável por prender imigrantes em situação irregular dentro do país é o ICE, o serviço de imigração dos EUA. Turbinado com um aumento do orçamento de 200% no ano que vem, a agência vê seus métodos —invasões violentas de carros e casas, prisões em massa em fazendas— cada vez mais questionados pela oposição.

Entretanto, apesar da alta visibilidade das operações do ICE, o número total de imigrantes deportados pela agência não está claro. O governo Trump fala em 2,5 milhões de estrangeiros a menos no país, dos quais 600 mil teriam sido deportados, e o restante, deixado o país de forma voluntária. Vários veículos da imprensa americana publicaram estimativas diferentes.

Agora, uma análise de dados do governo dos EUA feita pela Folha aponta que, de janeiro a setembro de 2025, o ICE deportou pelo menos 113 mil imigrantes, um aumento de 126% em relação ao mesmo período do ano passado, quando estava no poder o democrata Joe Biden.

Os dados foram analisados a partir de documentos obtidos pela lei de acesso à informação americana e compilados pelo Deportation Data Project, iniciativa da Universidade da Califórnia.

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