Senadora critica governo Lula após demarcação de novas terras indígenas em Mato Grosso
A senadora Margareth Buzetti fez duras críticas ao governo federal após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar decretos que oficializam duas novas áreas indígenas em Mato Grosso. Em vídeo publicado nas redes sociais, Buzetti afirmou que a medida foi tomada “sem diálogo, sem estudos e sem planejamento”, classificando a decisão como um ataque direto ao setor produtivo e ao desenvolvimento do estado.
Segundo a senadora, a ampliação das terras demarcadas representa uma “canetada que destrói vidas”. Ela lembrou que esteve na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) três anos atrás, quando produtores rurais da região buscaram apoio para contestar o processo de demarcação.
“Mais uma vez, o governo Lula toma decisões sem priorizar diálogo, estudos e planejamento. O presidente demarcou duas novas áreas indígenas aqui em Mato Grosso e provou, mais uma vez, que sua postura é contra o agro, contra o desenvolvimento e contra quem produz”, afirmou.
Durante a declaração, Buzetti criticou especialmente a expansão de uma das áreas, que segundo ela passou de 46 mil para 252 mil hectares. “Sabe quantas pessoas vivem lá? Quatrocentos indígenas. É uma imensidão de terra improdutiva tirada de quem trabalha e produz”, disse.
A senadora também mencionou o impasse jurídico envolvendo o marco temporal. Ela destacou que o Congresso aprovou a tese, o presidente Lula vetou, o Legislativo derrubou o veto e o Supremo Tribunal Federal suspendeu a aplicação da lei. Para Buzetti, o governo federal se aproveitou do cenário para acelerar novas demarcações.
“O governo aproveitou brechas para atropelar o Congresso. Aí eu pergunto: para que serve o Congresso Nacional se a vontade da maioria é ignorada na canetada?”, questionou.
Margareth afirmou ainda que a ampliação de territórios indígenas não resolve os problemas enfrentados pelas comunidades e criticou a ausência do Estado nessas regiões.
“O que eu questiono é simples: de que adianta ampliar territórios se as comunidades continuam sem saúde, sem estradas, sem segurança, sem educação e sem a presença do Estado? Eu defendo os povos indígenas, mas defendo também que o governo pare de criar conflitos e comece a entregar dignidade”, declarou.
Para a senadora, a demarcação sem políticas estruturantes apenas aprofunda desigualdades. “Não é a área nova que resolve o problema, é política pública de verdade. Decretar terras indígenas sem estrutura é decretar a miséria dos povos indígenas”, concluiu.




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