Recuperação judicial do Grupo Randon supera R$ 220 milhões e Justiça divulga lista de credores
A 4ª Vara Cível de Sinop publicou a relação oficial de credores da RD Comércio e Representações (Grupo Randon), empresa especializada na distribuição e fornecimento de agrotóxicos que está em recuperação judicial. O processo envolve dívidas superiores a R$ 170 milhões e US$ 9,5 milhões. Considerando a cotação atual do dólar, o passivo sujeito ao plano de recuperação (créditos concursais) ultrapassa R$ 220 milhões.
De acordo com os autos, a crise econômico-financeira da empresa foi provocada por uma combinação de fatores, como a elevação cambial nas safras de 2017/2018 e 2019/2020, a greve dos caminhoneiros em 2018, os impactos da pandemia da Covid-19, eventos climáticos severos e o aumento das taxas de juros. O cenário teria sido agravado pelo inadimplemento de clientes, com destaque para créditos atribuídos ao Grupo Safras, estimados em cerca de R$ 99 milhões.
O processo também expõe um conflito empresarial envolvendo o Grupo Safras, que atua no agronegócio e tem como sócio o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, ex-marido de Cátia Randon, uma das sócias e administradora da RD Representações. Segundo a empresa, o volume de débitos atribuídos ao grupo teve impacto direto no fluxo de caixa e na capacidade de manutenção das atividades.
Na decisão mais recente, a Justiça divulgou uma lista com 43 empresas credoras, organizada do menor para o maior valor a receber. Os créditos abrangem diversos segmentos econômicos, como serviços, comércio, logística, manutenção, tecnologia, postos de combustíveis, cooperativas de crédito, setor financeiro e fornecedores de insumos do agronegócio. Os valores variam de aproximadamente R$ 135,00 até montantes superiores a R$ 57 milhões, concentrados principalmente em instituições financeiras e grandes empresas do setor agrícola.
O processamento da recuperação judicial da RD Comércio e Representações foi autorizado em outubro de 2025. Com a publicação da lista de credores, o próximo passo do processo será a apresentação do plano de recuperação judicial, que deverá detalhar as condições para renegociação das dívidas e será submetido à análise e votação conforme a legislação vigente.
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