“Quem quer defender pedófilos neste país?”, dispara Margareth Buzetti após desfiguração de projeto contra abuso infantil
A deputada federal Margareth Buzetti (PSD-MT) reagiu com indignação após a aprovação na Câmara dos Deputados de um projeto de lei que trata do combate à pedofilia, originalmente apresentado por ela, mas que chegou ao plenário com alterações significativas em relação à proposta inicial.
Em discurso firme, Buzetti criticou as mudanças que, segundo ela, “enfraquecem o enfrentamento a um dos crimes mais hediondos que existem”. A parlamentar lamentou a retirada de dispositivos considerados fundamentais, como a coleta obrigatória de DNA de condenados por crimes sexuais contra crianças, a restrição de benefícios na execução penal e a exigência de exame criminológico para avaliação do risco de reincidência antes da concessão de liberdade.
“Quem é que quer defender pedófilos neste país? Não dá para aceitar retrocessos quando o que está em jogo é a vida das nossas crianças”, declarou Buzetti, visivelmente abalada durante seu pronunciamento.
Apesar das mudanças no texto, a deputada reconheceu o esforço da relatora, delegada Catarina, que atuou para garantir a manutenção da pena máxima prevista para os crimes de abuso sexual infantil.
“Delegada Catarina, você foi gigante. Conseguiu garantir a pena máxima. Mas eu confesso que fico indignada com mudanças que retiram pontos fundamentais do projeto. A gente não pode aliviar para criminosos que destroem a vida de uma criança”, afirmou.
Margareth Buzetti defende que o projeto original apresentava medidas duras e eficazes para proteger as vítimas e evitar reincidência.
“Esse é um tema que não admite concessões. Apresentei um texto firme, com leis claras, duras e necessárias. Quando se retira esses mecanismos, a gente fragiliza a proteção que nossas crianças tanto precisam”, completou.
O texto agora retorna ao Senado, onde será novamente analisado. A deputada garantiu que irá acompanhar de perto a tramitação e lutar para que os trechos excluídos da proposta sejam reinseridos.
“As crianças têm pressa. Não podemos esperar mais. Vamos trabalhar para que o texto volte a ser forte, completo e sem brechas. Esse é um dos piores crimes que existem. Quem sofreu abuso tende a carregar marcas para a vida toda. E nós temos a obrigação de impedir que isso continue acontecendo”, concluiu.
A declaração de Margareth Buzetti repercutiu nas redes sociais e entre entidades de proteção à infância, que também cobram a retomada de medidas mais rígidas no combate à pedofilia.
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