“Qualquer negro que ocupe espaços vistos como ‘de brancos’ vai sofrer racismo, diz ex-ministro Joaquim Barbosa
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou ter sido vítima de racismo durante sua trajetória . A declaração foi feita em entrevista ao jornalista Pedro Bial, em programa exibido nesta semana.
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Ao ser questionado diretamente por Bial “No Supremo, você sofreu racismo em algum momento?” Barbosa respondeu de forma categórica.
“Ô Bial, qualquer negro no Brasil que ingresse de uma maneira ou de outra nos espaços que, no imaginário do brasileiro, são reservados aos brancos, ele vai sofrer racismo. De diversas maneiras. Não tem como escapar, não tem como.”
A afirmação reacende o debate sobre a presença de pessoas negras em posições de destaque no país e sobre as barreiras estruturais enfrentadas por quem rompe padrões históricos de exclusão.
Um dos nomes mais marcantes da história recente do STF
Primeiro ministro negro a presidir o Supremo, Joaquim Barbosa tornou-se um dos personagens mais conhecidos na história recente da Corte, especialmente após sua atuação no julgamento do mensalão. Apesar da relevância institucional, Barbosa já havia mencionado, em outras ocasiões, episódios de preconceito enfrentados ao longo da carreira mas desta vez tratou do tema de maneira direta e pessoal.
Racismo estrutural no centro do debate
A fala do ex-ministro repercutiu imediatamente nas redes sociais e ampliou discussões sobre racismo estrutural e representatividade no Judiciário. Barbosa destacou que, para além de um caso isolado, a questão é sistêmica:
“Qualquer negro que ocupe espaços que, na visão de muitos, pertencem exclusivamente aos brancos, vai sofrer algum tipo de discriminação.”
Para especialistas, a declaração reforça a importância de políticas de inclusão e da ampliação da diversidade em instituições públicas de alto nível.
Entrevista completa
A entrevista conduzida por Pedro Bial trouxe ainda reflexões sobre carreira, democracia e desafios enfrentados por Barbosa tanto dentro quanto fora do ambiente jurídico. O ex-ministro também comentou sobre o impacto que sua presença no STF teve para a representação racial no país.
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