Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do Canal Rural MT

Produtores de feijão em Mato Grosso estão estudando a implementação de um vazio sanitário para controlar a infestação de mosca branca, que tem causado sérios prejuízos às lavouras devido à transmissão do mosaico dourado.

A mosca branca tem se proliferado devido ao plantio contínuo, chamado de “ponte verde”, resultando em perdas significativas na produtividade e aumento nos custos com defensivos. Essa situação ameaça a viabilidade econômica do cultivo de feijão no estado.

O vazio sanitário, já adotado em Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal, consiste em um período em que é proibido o cultivo para interromper o ciclo de pragas e doenças. De acordo com Rubens de Oliveira Dias, consultor agronômico na região de Sorriso, a doença reduziu drasticamente a produtividade de lavouras que antes esperavam colher entre 50 e 60 sacas por hectare, mas agora colhem apenas entre 10 e 20 sacas.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) alertou sobre o aumento da mosca branca, especialmente em anos de El Niño, que são mais secos. Hugo Garcia, presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Grãos Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), ressaltou a necessidade de discutir a medida com o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) e outras associações para evitar a inviabilização do cultivo de feijão.

O diretor técnico do Indea-MT, Renan Tomazele, afirmou que o instituto está pronto para colaborar e avaliar a implementação do vazio sanitário. A decisão depende de uma análise detalhada do problema em todo o Brasil.

Além disso, o setor está preocupado com a baixa disponibilidade de sementes certificadas, o que aumenta a vulnerabilidade das lavouras a doenças. Afrânio Cesar Migliari, diretor-executivo da Aprofir-MT, destacou a importância de usar sementes de origem certificada para melhorar a resistência das plantas e garantir uma produção mais saudável.

A medida visa garantir a sustentabilidade do cultivo de feijão em Mato Grosso, protegendo tanto os produtores quanto os consumidores.

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