Prefeito de Cuiabá restringe representação oficial de Cuiabá em reuniões com governo Lula e políticos de esquerda
O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou na última quinta-feira (18) que, enquanto estiver à frente do Executivo municipal, nenhum secretário da administração e nem mesmo a vice-prefeita Vânia Rosa (Novo) poderá representar oficialmente o município em reuniões com integrantes do governo federal ou com lideranças políticas de esquerda.
A declaração foi feita durante uma entrevista em que o prefeito justificava um decreto publicado em edição extraordinária da Gazeta Municipal, que centraliza exclusivamente no chefe do Executivo a prerrogativa de representação institucional da capital mato-grossense. O texto do decreto estabelece que qualquer representação externa do município só poderá ocorrer mediante delegação expressa do próprio prefeito.
“Está na Lei Orgânica do Município que esse posicionamento de representatividade do município de Cuiabá pode ser feito mediante a minha delegação. Ou seja, a pessoa quer ir em tal lugar representar o município de Cuiabá. Se eu delegar, vai”, disse Abilio.
“Mas não estou delegando ninguém para sentar com o Lula. Não estou delegando ninguém para representar o município de Cuiabá para sentar com qualquer um, o pessoal da esquerda.” Afirmou o prefeito.
A fala do prefeito também abordou a vice-prefeita, que, segundo ele, pode assumir o comando da prefeitura em sua ausência formal, mas não terá autonomia para representar politicamente a cidade em agendas nacionais ou partidárias.
“Ela [a vice-prefeita] vai assumir como prefeita na minha ausência normal. Aí ela faz a fala que ela quiser, o posicionamento que ela quiser. Agora, representação do município só com minha autorização”, reforçou.
Motivação política e reação esperada
Abilio Brunini, que tem adotado um discurso crítico ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou categoricamente que sua gestão não irá se sentar à mesa com lideranças da esquerda, independentemente de quem esteja ocupando cargos na administração municipal.
A decisão deve gerar repercussões tanto na esfera política local quanto nacional. Especialistas apontam que a medida pode gerar entraves na interlocução institucional de Cuiabá com o governo federal, especialmente em áreas que dependem de repasses, convênios e cooperação entre os entes federativos.
Até o momento, a vice-prefeita Vânia Rosa (Novo) não se manifestou publicamente sobre a decisão do prefeito, nem sobre as declarações envolvendo sua autonomia.
Por Ana Flávia Moreira/Jornalista




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