Polícia Civil registra oito homicídios em apenas quatro dias em Sinop
A Polícia Civil de Sinop registrou oito homicídios em um intervalo de quatro dias, entre quarta-feira (5) e domingo (9). Entre as vítimas, está uma mulher morta em um caso de feminicídio, além de quatro corpos encontrados no mesmo dia, em circunstâncias ligadas a disputas entre facções criminosas.
O primeiro caso ocorreu na quarta-feira (5), quando o pedreiro Adilson Neves do Nascimento, de 45 anos, foi assassinado com golpes de picareta em um residencial da cidade. O principal suspeito é um colega de trabalho, que fugiu logo após o crime.
“Já identificamos o autor e vamos representar pela prisão. Ainda não sabemos a motivação, mas o caso será esclarecido”, informou o delegado Bráulio Junqueira, que acompanha a investigação.
Na quinta-feira (6), a cidade voltou a registrar mortes violentas. Em uma casa no bairro Maria Vindilina, a jovem Jthessica Barbosa Lima, de 24 anos, foi morta a facadas pelo companheiro, Sebastião Goiabeira Miranda, de 35, que cometeu suicídio logo em seguida. O caso foi caracterizado como feminicídio seguido de suicídio.
Horas depois, ainda na quinta-feira à noite, o corpo do motorista de aplicativo Luciano Alves da Silva, de 20 anos, foi localizado em uma área de mata às margens da Estrada Alzira. Ele havia sido sequestrado na noite anterior.
“Tudo indica que foi uma tentativa de roubo. Houve algum desentendimento e a vítima acabou sendo morta”, explicou o delegado. O principal suspeito identificado pela polícia era um adolescente de 17 anos, Wilha dos Santos Galvão.
Três dias depois, no domingo (9), Wilha foi encontrado morto junto com outros dois jovens: Gabriel Silva dos Santos, de 16 anos, e Igor Silva Sousa, de 18. Os três corpos estavam juntos e, segundo a polícia, as mortes estão relacionadas a uma retaliação do Comando Vermelho pela execução do motorista de aplicativo.
Um bilhete deixado ao lado dos corpos reforça a suspeita de execução ordenada por facção:
“Não rouba na quebrada, não maltrata morador, vida inocente paga com vida”, dizia a mensagem.
Enquanto as equipes registravam a ocorrência, outro corpo foi encontrado caído à beira de uma estrada. A vítima foi identificada como Lucas Rafael Martignago, de 33 anos, que estava desaparecido desde a noite de sábado (8).
De acordo com familiares, ele havia saído de casa com o carro do irmão, um Gol branco, e não retornou mais. Mensagens trocadas após o desaparecimento levantaram suspeitas, já que o estilo de escrita não parecia ser o de Lucas.
Pouco depois, o irmão descobriu que o veículo havia sido usado em outro homicídio: Diego Pereira Abreu foi morto com um tiro na cabeça dentro do mesmo carro, enquanto o motorista ficou ferido e foi levado ao hospital. Um terceiro ocupante conseguiu fugir.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que os assassinatos tenham ligação entre si e que a facção criminosa tenha “punido” os envolvidos na morte do motorista de aplicativo.
“Há fortes indícios de que as quatro mortes de domingo foram uma resposta da facção ao assassinato não autorizado de Luciano”, afirmou o delegado responsável.
O pai de uma das vítimas, Igor Sousa, relatou ainda que outro filho também está desaparecido. As investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e esclarecer as circunstâncias de cada crime.
Por Nortão




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