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Poço terrestre mais profundo do Brasil foi perfurado em Sorriso-MT pela Petrobras em busca de petróleo e gás

Poço terrestre mais profundo do Brasil foi perfurado em Sorriso-MT pela Petrobras em busca de petróleo e gás

A exploração por petróleo levou a Petrobras a alcançar um feito histórico nas profundezas do Mato Grosso. Concluído em 30 de janeiro de 1995, o poço Salto Magessi-1 (2-SM-1-MT), localizado na bacia dos Parecis, tornou-se o mais profundo já perfurado em solo brasileiro, atingindo impressionantes 5.777 metros de profundidade, segundo o site Click Petróleo.

Apesar de não terem sido encontradas reservas comercialmente viáveis de petróleo ou gás natural, o que levou à classificação do poço como “seco”, a perfuração representou um avanço significativo na compreensão da geologia regional. A operação foi realizada com objetivo estratigráfico, buscando informações sobre as formações geológicas da sub-bacia de Juruena, que abrange municípios como Sorriso e Santa Rita do Trivelato.

O Salto Magessi-1 atravessou camadas sedimentares que abrangem desde o Neoproterozoico até o Paleozoico, incluindo formações como Uiaritis, Salto das Nuvens, Diamantino, Serra Azul, Araras e Puga. Embora o embasamento cristalino não tenha sido atingido, o poço forneceu dados valiosos para a ciência e para a indústria de energia.

Durante a perfuração, foram registrados indícios de petróleo em três intervalos diferentes e presença de gás, embora sem pressão ou volume suficiente para exploração comercial. Um dos testes confirmou a presença de arenito com pequenas quantidades de óleo negro. Além disso, análises geoquímicas revelaram rochas com Carbono Orgânico Total (COT) de até 2,98% a mais de 5 mil metros de profundidade, um indicativo de potencial gerador de hidrocarbonetos.

Mesmo sem retorno financeiro direto, o legado científico do Salto Magessi-1 é expressivo. Os dados coletados contribuíram para a reavaliação da evolução tectônica da bacia dos Parecis e confirmaram a existência de um sistema petrolífero ativo na região, reforçando o potencial exploratório do subsolo mato-grossense.

Hoje, o poço está oficialmente abandonado, conforme as normas da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) para poços secos, que preveem tamponamento para garantir segurança e proteção ambiental. Informações técnicas sobre o Salto Magessi-1 podem ser consultadas no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP), mantido pela ANP.

Vale ressaltar que essa área hoje pertence ao município de Boa Esperança do Norte, emancipado recentemente.

O poço Salto Magessi-1 permanece como um marco da engenharia e da geologia no Brasil, um “gigante adormecido” que, mesmo sem produzir petróleo, revelou os segredos das camadas mais profundas do território brasileiro.

Por Nortão MT

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