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Pela primeira vez na história, militares das Forças Armadas são condenados por participação em trama golpista

Pela primeira vez na história, militares das Forças Armadas são condenados por participação em trama golpista

Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, pela primeira vez, militares das Forças Armadas por participação direta em uma trama golpista que buscava impedir a transferência de poder após as eleições de 2022. As condenações fazem parte de diferentes núcleos investigados pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República.

Ao todo, o chamado Núcleo Principal, que inclui oficiais da ativa e da reserva, ex-ministros e o ex-presidente Jair Bolsonaro, teve todos os oito réus condenados pelo STF. As penas variam de acordo com o grau de participação de cada acusado.

Além disso, no julgamento do Núcleo 3, formado majoritariamente por militares do Exército, o STF condenou oito militares e um policial federal, com penas que chegam a até 24 anos de prisão. No entanto, um general de reserva,Estevam Theophilo  foi absolvido por falta de provas, demonstrando que as decisões variam conforme a comprovação de responsabilidade individual.

•Hélio Ferreira Lima (tenente‑coronel) — pena de 24 anos de prisão.
•Rafael Martins de Oliveira (tenente‑coronel) — 21 anos de prisão.
•Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente‑coronel) — 21 anos.
•Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente‑coronel) — 17 anos.
•Bernardo Romão Correa Netto (coronel) — 17 anos.
•Fabrício Moreira de Bastos (coronel) — 16 anos.
•Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel) pena menor, regime aberto (3 anos e 5 meses).
•Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente‑coronel)  pena mais branda, 1 ano e 11 meses, regime aberto ou alternativa.

 

Apesar do avanço dos julgamentos, outros réus militares seguem aguardando decisão, já que parte dos núcleos investigados ainda não foi analisada pelo plenário da Corte. A investigação completa envolve dezenas de suspeitos, entre eles oficiais de alta patente, militares da reserva e civis que teriam colaborado para articular a anulação das eleições, a convocação de um golpe de Estado e a manutenção irregular de Bolsonaro no poder.

Com as condenações já proferidas, o STF consolida um marco sem precedentes na história democrática brasileira, responsabilizando militares pela participação em atos que atentaram contra a Constituição.

Por Ana Flávia Moreir/RBT NES

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