No dia em que Melissa completaria 12 anos, Margareth Buzetti cobra criação do Cadastro Nacional de Estupradores: “Isso é vergonhoso!”
No dia em que Melissa completaria 12 anos, o pai da menina, Régis Cardoso, usou as redes sociais para se manifestar sobre a falta de avanços na criação do Cadastro Nacional de Pedófilos e Estupradores, medida anunciada como resposta à tragédia que tirou a vida de suas três filhas e da esposa, em Sorriso (MT).
A publicação feita pela deputada federal Margareth Buzetti (MT) em homenagem à data foi comentada por Régis, que reforçou o pedido de justiça e cobrou celeridade na implantação do sistema.
“Deus abençoe, Margareth. Obrigado pela força, e vamos juntos cobrar esse cadastro, para que outros pais, maridos e mães não venham sofrer a perda de seus amores”, escreveu o pai da criança, que desde o crime tem se posicionado publicamente por políticas mais firmes de proteção às crianças e às mulheres.
“Mulheres Calvi Cardoso”
A deputada, que tem acompanhado o caso e cobrado providências desde 2023, voltou a criticar duramente a morosidade das autoridades em colocar o cadastro em funcionamento.
“O céu hoje está em festa pela Melissa, mas aqui na Terra, nós estamos indignados”, disse Margareth.
“O Cadastro Nacional de Pedófilos e Estupradores, que dei o nome de ‘Mulheres Calvi Cardoso’, e que até agora não saiu do papel? Por favor, CNJ e Ministério da Justiça, deem conta de um recado simples. Isso é vergonhoso!”, desabafou.
A parlamentar ainda afirmou que dará início a um abaixo-assinado em nível nacional, como forma de pressionar os órgãos responsáveis a tirarem o projeto da gaveta:
“Eu vou começar um abaixo-assinado nacional para que vocês se mexam.”
Cadastro segue parado
A proposta do Cadastro Nacional de Estupradores e Pedófilos foi apresentada em 2023, como uma forma de monitorar condenados por crimes sexuais e prevenir reincidências. O objetivo seria reunir, em um único banco de dados acessível a autoridades, as informações de indivíduos condenados por estupro, abuso de menores e exploração sexual.
No entanto, mesmo após um ano da promessa, o sistema ainda não foi implementado pelo Ministério da Justiça nem pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsáveis por sua regulamentação e operacionalização.
A ausência do cadastro, segundo especialistas em segurança pública e proteção da infância, representa uma falha grave na prevenção de crimes sexuais, especialmente contra crianças e adolescentes,o público mais vulnerável.
O caso Melissa
Melissa foi uma das vítimas de um crime bárbaro ocorrido em Sorriso (MT), no qual ela, suas irmãs e a mãe foram assassinadas dentro de casa. O suspeito, que já possuía antecedentes criminais, com passagens por violência e abuso, estava em liberdade na época do crime.
A tragédia provocou comoção em todo o país e escancarou falhas no sistema de proteção social e penal. Para familiares e defensores dos direitos da infância, a criação de mecanismos como o cadastro nacional é essencial para evitar que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento.
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