Mulher é autuada por falsa denúncia após afirmar ter sido assediada em Sorriso
Uma mulher foi autuada por falsa comunicação de crime após afirmar ter sido vítima de assédio dentro de um estabelecimento comercial em Sorriso (MT). Segundo o delegado Paulo Brambila, da Polícia Judiciária Civil, as investigações mostraram que o fato relatado por ela não aconteceu.
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De acordo com o delegado, a mulher procurou a delegacia alegando que um homem havia feito um elogio e, em seguida, tentado agarrá-la no interior de uma loja, diante de outras pessoas.
“Diante do relato, nós acreditamos na vítima e comunicamos a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Militar, para que abordassem o carro desse homem caso ele saísse da cidade”, explicou Brambila.
A mulher também afirmou que havia imagens de segurança que comprovariam o crime. Uma equipe do Núcleo de Investigação foi até o local e recolheu todas as gravações. No entanto, ao analisar o material, os investigadores perceberam que nenhum assédio havia ocorrido.
“Nas filmagens podemos ver claramente que o fato é totalmente infundado e inverídico. Em nenhum momento esse cidadão entra na loja ou faz qualquer menção de pegá-la. Inclusive, é possível ver nas imagens a mulher apertando o próprio braço para simular uma vermelhidão, dizendo depois que ele havia segurado ela com força”, relatou o delegado.
Com base nas evidências, a mulher foi levada à delegacia e autuada em um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de falsa comunicação de crime. Por se tratar de um delito com pena máxima inferior a dois anos, foi lavrado um termo de compromisso para que ela compareça em juízo, sendo liberada em seguida.
O delegado Brambila lamentou o ocorrido e destacou que casos como este prejudicam o trabalho policial e podem minar a credibilidade de verdadeiras vítimas de violência.
“Esse tipo de ocorrência descredibiliza quem realmente é vítima de estupro, assédio, lesão corporal ou outros crimes. É lamentável movimentar toda a máquina estatal e correr o risco de prejudicar uma pessoa inocente”, afirmou.Brambila também destacou a importância do trabalho responsável da imprensa na apuração de informações antes da divulgação de casos sensíveis.
“Esses tipos de crimes geralmente ganham grande repercussão na mídia, por isso é fundamental que as informações sejam checadas antes de serem noticiadas. Eu respeito e concordo com o trabalho da imprensa, mas é necessário ter cautela para evitar injustiças e preservar a credibilidade das verdadeiras vítimas”, ressaltou o delegado.
Ainda segundo o delegado, o homem apontado pela mulher já deixou o município, mas deverá ser ouvido pela Polícia Civil para prestar esclarecimentos.
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