Mulher assassinada em Sinop havia recusado medida protetiva e disse à PM poucas horas antes do crime que estava “apenas discutindo” com o marido
A vítima do feminicídio que marcou o 50º caso registrado em Mato Grosso neste domingo (23), Gislaine Ferreira Silva, havia recusado solicitar medida protetiva de urgência e relatado à Polícia Militar, horas antes do assassinato, que estava envolvida “apenas em uma discussão” com o companheiro. O crime ocorreu dentro da residência do casal, logo no início da manhã.
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De acordo com informações da Polícia Militar, os agentes foram acionados ainda durante a madrugada, após vizinhos ouvirem gritos e barulho de briga na casa. Ao chegarem ao local, encontraram Gislaine abalada, mas ela afirmou que não desejava representar contra o marido e que a situação “já estava resolvida”.
Segundo o boletim, mesmo sendo orientada sobre o risco e informada sobre a possibilidade de requerer medidas protetivas da Lei Maria da Penha, a vítima recusou. Testemunhas afirmam que o casal vinha passando por dias de tensão e brigas frequentes.
Horas depois, ao amanhecer, a discussão evoluiu para agressão física. O suspeito atacou Gislaine com golpes de faca, que não resistiu aos ferimentos. Ela morreu antes da chegada do socorro.
O agressor também ficou ferido,atingido por uma enxadada na cabeça, possivelmente durante uma reação de defesa e foi preso em flagrante após atendimento médico.
Alerta reforçado para casos de violência silenciosa
O caso reacende o debate sobre situações em que mulheres, apesar de estarem em risco evidente, não conseguem romper o ciclo de violência doméstica,seja por medo, dependência emocional ou financeira, vergonha, ou esperança de que a situação melhore.
Especialistas ressaltam que a recusa em aceitar medidas protetivas é comum em relações marcadas por violência contínua e crescente.
Estado chega a 50 feminicídios em 2025
Com a morte de Gislaine e outro caso registrado ainda neste domingo, Mato Grosso atinge 50 feminicídios apenas em 2025, evidenciando a persistência da violência de gênero no estado.
Autoridades reforçam a necessidade de fortalecimento da rede de proteção, de políticas públicas mais eficazes e de atendimento especializado para mulheres que vivem relações abusivas.




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