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Mesmo após espancamento, esposa aciona TJ para tentar visitar marido preso

Mesmo após espancamento, esposa aciona TJ para tentar visitar marido preso

Uma mulher ingressou com um pedido no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) para obter autorização para visitar o marido que está preso após ser acusado de um ataque violento contra ela. O pedido foi analisado pela Justiça, que decidiu manter a proibição de visitas com base no risco de feminicídio.

O caso teve início após um episódio classificado nos autos como um ataque brutal. A mulher, que é esposa do detento, buscava restabelecer o contato presencial no presídio. A defesa argumentou que a convivência familiar e o vínculo conjugal justificariam a autorização, mas o tribunal entendeu que a gravidade da agressão e a ameaça à integridade física da vítima impedem qualquer flexibilização.

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Na decisão, o TJMT ressaltou que o homem já demonstrou capacidade para praticar violência extrema e que permitir a visita colocaria a mulher em risco real. A Justiça avaliou que a prioridade é garantir a segurança da vítima, mesmo que o encontro ocorresse dentro de uma unidade prisional.

Especialistas em direito penal destacam que o caso evidencia o conflito entre o direito do preso à convivência familiar e o direito da vítima à proteção. Em casos de violência doméstica com histórico de agressões graves, decisões mais rígidas, como a manutenção da restrição de visitas, têm sido adotadas pelos tribunais.

O episódio ocorre em um contexto de aumento das medidas cautelares aplicadas em Mato Grosso para prevenir a reiteração de crimes contra mulheres. A Justiça tem reforçado a necessidade de proteção máxima quando há risco de feminicídio, especialmente em situações em que o agressor já foi capaz de atos de violência extrema.

Para a mulher, a autorização representaria a possibilidade de manter o vínculo com o marido preso. Para o tribunal, entretanto, o que está em jogo é a preservação da vida e da segurança da vítima, o que justificou a negativa do pedido.

Por Ana Flávia Moreira/RBT NEWS

foto ilustrativa

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