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Mato Grosso registra queda nos abates de galinhas em agosto, mas envios a outros estados crescem

Mato Grosso registra queda nos abates de galinhas em agosto, mas envios a outros estados crescem

O setor avícola de Mato Grosso apresentou retração no volume de abates em agosto de 2025, conforme dados divulgados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea). Foram abatidas 18,09 milhões de cabeças de galinhas, uma queda de 7,48% em relação ao mês anterior.

O  recuo foi puxado principalmente pelos abates realizados dentro do estado, que totalizaram 17,32 milhões de cabeças, uma redução de 8,85% frente a julho. Em contrapartida, os envios de galinhas para abate em outros estados registraram expressivo crescimento de 39,46%, alcançando 772,79 mil cabeças. Este é o segundo maior volume de aves enviado para fora de Mato Grosso ao longo do ano, evidenciando a busca por novos destinos diante das oscilações internas.

Relevância da avicultura no estado

Mato Grosso se consolidou nos últimos anos como um dos principais polos da produção de proteína animal do país, liderando a bovinocultura e com participação crescente na avicultura. O setor se beneficia da forte base da agroindústria local e da disponibilidade de grãos, já que o estado é líder nacional na produção de soja e milho, principais insumos da ração animal.

Entretanto, o custo de produção, a demanda interna e as condições de mercado internacional influenciam diretamente o ritmo de abates. A retração observada em agosto pode estar associada à estratégia das empresas de ajustar a oferta de carne de frango ao consumo doméstico, em meio a margens mais apertadas, além da sazonalidade natural do setor.

Expansão de mercados e logística

O aumento dos envios de aves para outros estados mostra que a avicultura mato-grossense tem buscado ampliar sua presença em plantas frigoríficas de outras regiões. Essa movimentação pode ser explicada tanto pela necessidade de atender a contratos específicos de exportação quanto por estratégias de distribuição logística, aproveitando melhor a infraestrutura instalada fora do estado.

A expansão do corredor logístico multimodal, com a integração das rodovias, ferrovias e portos, tende a fortalecer ainda mais essa estratégia nos próximos anos. O avanço de obras como a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que futuramente ligarão Lucas do Rio Verde ao Porto de Ilhéus (BA), deve abrir novas possibilidades para a exportação de carne de frango pelo Atlântico, conectando-se ao mercado asiático.

Por Cenário MT

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