fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do G1MT
O estado do Mato Grosso enfrentou o maior número de focos de incêndio em abril de 2024, registrando 788 ocorrências, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse é o segundo mês consecutivo em que o estado se destaca nesse triste cenário, após marcar 1.624 focos em março.
O estado de Mato Grosso registrou o maior número de focos de incêndio em abril de 2024, totalizando 788 ocorrências entre os dias 1º e 30, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esta marca representa o segundo mês seguido em que o estado lidera essa preocupante estatística, sucedendo os 1.624 focos registrados em março.
As principais causas dos focos de incêndio foram:
- Queimadas sem autorização: especialistas apontam que a maioria das áreas afetadas não possuía autorização para queima controlada.
- Seca: a redução no regime de chuvas impactou o balanço hídrico, contribuindo para o aumento dos incêndios.
- Altas temperaturas: as elevadas temperaturas, especialmente influenciadas pelo efeito do El Niño, foram outro fator que contribuiu para o aumento dos focos.
Após Mato Grosso, os estados que mais registraram focos de incêndio foram Roraima, com 519 ocorrências, e Bahia, com 162 focos.
No contexto municipal, os 10 municípios de Mato Grosso com maior número de focos em abril foram:
- Brasnorte – 55 focos
- Cáceres – 54 focos
- São Félix do Araguaia – 46 focos
- Querência – 44 focos
- Gaúcha do Norte – 41 focos
- Paranatinga – 31 focos
- Nova Maringá – 28 focos
- Feliz Natal – 26 focos
- Diamantino – 22 focos
- São José do Xingu – 21 focos
Sobre o manejo de fogo sem autorização, Vinicius Silgueiro, engenheiro florestal e coordenador do núcleo de inteligência territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), explicou que a maioria dos focos ocorre em áreas de transição com atividades agropecuárias. Segundo ele, 90% das áreas afetadas não possuem autorização para queima controlada.
Quanto à seca, os municípios de Rondonópolis, Barra do Garças e Sorriso decretaram situação de emergência por falta de chuvas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o que também contribui para o aumento dos incêndios, segundo Silgueiro.
Em relação às altas temperaturas, o meteorologista Guilherme Borges destacou que o estado sofreu com uma nova onda de calor entre os dias 16 e 20 de março, com temperaturas até 5 graus acima da média.
Para a fiscalização, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) informou que a queima controlada é permitida fora do período proibitivo, mediante autorização do órgão ambiental. Em casos de queimadas ilegais, incêndios florestais e transporte de produtos perigosos, a competência para fiscalizar é do Corpo de Bombeiros, que neste ano já aplicou mais de R$ 1,5 milhão em multas por uso irregular do fogo.