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Lula liga para Trump e discute tráfico em meio a tensão na Venezuela; republicano diz gostar do brasileiro

Lula liga para Trump e discute tráfico em meio a tensão na Venezuela; republicano diz gostar do brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou nesta terça (2) para o seu homólogo dos Estados UnidosDonald Trump, e defendeu uma cooperação com os americanos no combate ao crime organizado internacional. A ligação ocorreu num momento em que Washington faz uma mobilização militar sem precedentes na costa venezuelana sob o pretexto de enfrentamento a cartéis que enviam drogas aos EUA.

O Palácio do Planalto escreveu, em nota, que Lula “destacou recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal com vistas a asfixiar financeiramente o crime organizado e identificou ramificações que operam a partir do exterior”. O republicano mostrou disposição em trabalhar com o Brasil nesse tema, ainda de acordo com o comunicado.

O texto divulgado não menciona a Venezuela. O governo Lula acompanha com apreensão uma possível intervenção dos EUA contra o regime do ditador Nicolás Maduro. O presidente brasileiro tem levantado o tema nas ocasiões em que conversa com o americano. Em telefonema no dia 6 de outubro, como a Folha mostrou, o petista argumentou que qualquer solução para a crise venezuelana deve ser pacífica e diplomática.

Mais tarde nesta terça, Trump disse que teve “uma ótima ligação” com Lula. “Gosto dele”, afirmou o republicano a jornalistas em Washington. “Conversamos sobre sanções [contra o Brasil], tivemos uma conversa muito boa. Ele é muito bom.”

Os EUA mantêm desde agosto uma operação com o objetivo declarado de combater o narcotráfico na América Latina. A mobilização americana inclui navios, caças, milhares de militares e o maior porta-aviões do mundo.

presidente em terno e gravata fala gesticulando com a mão direita levantada diante de microfone. Ao fundo, painel azul com a palavra 'ZERO' em amarelo e texto parcialmente visível. Três homens sentados observam atentamente.

Caracas afirma que as manobras não têm o objetivo de combater o narcotráfico, mas sim de derrubar o regime. A Casa Branca acusa o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel de los Soles, organização criminosa cuja existência é colocada em dúvida por especialistas —o ditador nega qualquer relação com o narcotráfico.

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