Fonte:Redação RBT NEWS com informações do CANALRURAL

O recente leilão de compra pública de arroz importado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem sido aclamado como um triunfo pelo Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Em uma declaração feita diretamente da China, onde estava em missão oficial, Fávaro expressou sua satisfação com o resultado do leilão, que testemunhou a aquisição de 263 mil toneladas das 300 mil toneladas disponíveis. Este evento, segundo o ministro, destacou a viabilidade do arroz no mercado internacional, com um preço fixado em R$ 25 por pacote de 5 quilos.

“O leilão mostrou que o arroz no mundo é viável a preço de R$ 25 a cada pacote de 5 quilos. Houve vendedores para praticamente todas as praças brasileiras de arroz tipo 1, agulhinha e de qualidade”, afirmou Fávaro em entrevista ao Broadcast Agro.

Fávaro não poupou críticas ao que ele descreveu como “movimento especulativo” que inflou os preços do arroz no mercado doméstico, especialmente após as enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional do cereal. O aumento repentino nos preços, segundo ele, foi injustificado, dada a ausência de escassez real de produto.

Com o objetivo de estabilizar os preços e combater a especulação, o governo federal pretende subsidiar o arroz, tornando-o acessível ao consumidor final por R$ 20 o pacote de 5 kg. O ministro enfatizou que essa medida não é uma afronta aos produtores, mas sim uma estratégia para garantir a viabilidade econômica da produção nacional.

A operação, que custou R$ 1,316 bilhão, viu uma participação expressiva, mas também revelou áreas onde o interesse dos arrematantes foi limitado, como em algumas regiões do Norte e Centro-Oeste do Brasil. Recife, por exemplo, receberá o maior volume arrematado no leilão, totalizando 30 mil toneladas.

No entanto, a compra pública de arroz importado não está isenta de controvérsias. Setores do agronegócio contestam a necessidade dessa medida, argumentando que não há risco iminente de desabastecimento e que o mercado poderia se reequilibrar sem intervenção governamental. Essa disputa agora está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF), onde uma ação contra a importação de 1 milhão de toneladas de arroz está sob análise.

Apesar das controvérsias, o leilão de arroz importado representa um marco significativo na busca por estabilidade nos preços e no abastecimento desse alimento essencial para os brasileiros. Enquanto o debate continua nos corredores políticos e judiciais, o consumidor final aguarda ansiosamente para ver os efeitos dessas medidas em seu bolso e na mesa de jantar.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *