×

Justiça solta dona de academia acusada de mandar sequestrar, torturar e atear fogo em ex-empregada em Sorriso

Justiça solta dona de academia acusada de mandar sequestrar, torturar e atear fogo em ex-empregada em Sorriso

A Justiça concedeu liberdade provisória à empresária Lara Fábia Ribeiro de Oliveira, proprietária de uma academia, de Sorriso (MT), acusada de mandar sequestrar, torturar e ameaçar atear fogo em uma ex-funcionária.

A decisão, expedida na noite de terça-feira (11), revogou a prisão preventiva que havia sido mantida anteriormente pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). A empresária foi solta após a defesa ingressar com um novo recurso.

Decisão judicial

Na decisão, o magistrado reconheceu a existência de indícios de autoria e materialidade (fumus comissi delicti), mas entendeu que não estão mais presentes os requisitos para manutenção da prisão preventiva (periculum libertatis). Assim, considerou que medidas cautelares diversas da prisão seriam suficientes no momento.

Entre as medidas impostas estão:

  • Comparecimento mensal em juízo para justificar atividades e atualizar endereço;
  • Recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h, além de permanecer em casa nos finais de semana e feriados;
  • Proibição de manter contato com as vítimas e com os demais investigados;
  • Proibição de frequentar bares e locais similares;
  • restrição para sair da comarca sem autorização judicial.

O magistrado fundamentou a decisão com base no princípio da proporcionalidade previsto no artigo 282 do Código de Processo Penal, destacando que Lara é primária, possui residência fixa e trabalho lícito.

ACESSE NOSSO GRUPO DE NO TÍCIAS

O crime

Lara e outras seis pessoas são investigadas por um crime bárbaro ocorrido em julho de 2025, em Sorriso. Segundo a denúncia do Ministério Público, o grupo teria sequestrado um casal e o bebê deles, de apenas 28 dias de vida, em represália a uma ação trabalhista movida pela ex-empregada contra a empresária.

Durante o cativeiro, as vítimas foram ameaçadas, espancadas e torturadas psicologicamente. Conforme os autos, os suspeitos chegaram a ameaçar atear fogo nas vítimas incluindo o recém-nascido.

As investigações apontam que Lara não participou diretamente da ação, mas acompanhava e dava instruções pelo celular enquanto os crimes eram cometidos.

“As vítimas foram torturadas e ameaçadas a todo o momento, durante a permanência na residência, e que iriam atear fogo em todos, inclusive no bebê”, diz trecho do processo.

Ainda segundo os autos, os criminosos exigiam que a ex-funcionária “retirasse o processo trabalhista”, afirmando que ela não receberia “dinheiro de graça”.

Após as agressões, o casal e o bebê foram abandonados próximo ao rodoanel de Sorriso.

Outros envolvidos

Além de Lara, também são citados no processo Anderley Vieira da Silva, Atilla Jeremias de Sousa, Cleomar Aparecido, Valmir de Oliveira, e o namorado da empresária, Guilherme de Almeida Iung, que chegou a ser preso, mas obteve liberdade posteriormente.

Em 3 de novembro, a Quarta Câmara Criminal havia negado um habeas corpus da defesa. O relator, desembargador Juvenal Pereira da Silva, votou pela manutenção da prisão, sendo acompanhado pelo colega Paulo Sérgio Carreira, mesmo após o pedido de vista do desembargador Lídio Modesto.

Com a nova decisão, Lara Fábia responderá ao processo em liberdade, sob as restrições impostas pela Justiça.

Por Nortão

Deixe uma resposta