Justiça mantém prisão de empresária acusada de ordenar sequestro e tortura de família em Sorriso
A Justiça de Mato Grosso decidiu que a empresária Lara Fábia Ribeiro de Oliveira, dona de uma academia em Sorriso, deve continuar presa. Ela é apontada como uma das responsáveis por um crime brutal que teve como vítimas uma ex-funcionária, o marido dela e o bebê do casal, de menos de um mês de vida.
A decisão foi tomada pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJMT) durante o julgamento de um habeas corpus impetrado pela defesa da empresária e de outros investigados. O relator, desembargador Juvenal Pereira da Silva, votou contra a soltura, sendo acompanhado pelo desembargador Paulo Sérgio Carreira. O magistrado Lídio Modesto pediu vista, mas a maioria já havia se formado pela manutenção da prisão preventiva.
De acordo com a investigação, Lara teria planejado o crime com o pai e outros seis envolvidos: Anderley Vieira da Silva, Atilla Jeremias de Sousa, Cleomar Aparecido, Valmir de Oliveira, José Carlos de Oliveira Guimarães Júnior e Leonardo Luis Nunes Bernazzolli.
O caso teria sido motivado por uma dívida trabalhista de cerca de R$ 25 mil, referente a uma ação judicial movida por uma ex-funcionária da academia. A mulher foi sequestrada junto com o marido e a filha recém-nascida, de apenas 28 dias, e submetida a tortura física e psicológica para que desistisse do processo.
Conforme o processo, Lara não estava presente durante o sequestro, mas acompanhava tudo por telefone, orientando o grupo e recebendo atualizações sobre as agressões. As vítimas relataram que foram mantidas em uma residência, ameaçadas de morte e de serem queimadas vivas, inclusive o bebê.
Depois das torturas, a família foi colocada em seu próprio carro e abandonada nas proximidades do rodoanel de Sorriso. O episódio ocorreu em julho de 2025 e causou grande repercussão na região.
O namorado da empresária, Guilherme de Almeida Iung, chegou a ser preso, mas conseguiu liberdade posteriormente.
Durante todo o tempo em que ficaram sob poder dos criminosos, os sequestradores exigiam que a mulher retirasse a ação trabalhista, afirmando que ela “não ganharia dinheiro de graça”.
O caso segue em andamento no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e os acusados respondem por sequestro, tortura e associação criminosa.




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