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Ibama autoriza cultivo mecanizado e monocultura em terras indígenas no Mato Grosso

Ibama autoriza cultivo mecanizado e monocultura em terras indígenas no Mato Grosso

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou oficialmente o uso de maquinário agrícola e a prática de monocultura em terras indígenas das etnias Paresi, Nambiquara e Manoki, localizadas no município de Campo Novo do Parecis, a cerca de 401 km de Cuiabá (MT). A decisão permite o plantio de soja e milho de forma regularizada, sem risco de multas ou embargos ambientais.

O anúncio foi feito neste fim de semana pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), durante um encontro com lideranças indígenas da região. A autorização, assinada pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, reconhece a atividade agrícola nas comunidades como sustentável e em conformidade com as normas ambientais.

Reconhecimento da agricultura indígena

Para o líder indígena Arnaldo Zunizakae, presidente da Coopihanama — cooperativa responsável pela produção nas aldeias —, a medida representa uma conquista histórica.

“Recebemos uma notícia muito boa pra nós, que somos agricultores indígenas. Há alguns meses, estávamos preocupados com o risco de embargo nas nossas lavouras. Agora, podemos trabalhar de forma segura e responsável, garantindo dignidade e permanência em nossas terras”, declarou Zunizakae.

Ele também agradeceu o apoio do Ibama, da diretora-executiva da Conab, Rosa Neide, e do governo federal. Segundo ele, a regularização reforça o direito dos povos indígenas à autonomia produtiva e à prática de uma agricultura sustentável em seus territórios.

Acesso ao Plano Safra e fortalecimento econômico

O ministro Carlos Fávaro destacou que a autorização é resultado direto do trabalho conjunto entre órgãos federais e lideranças indígenas. Para ele, a medida é mais do que um reconhecimento legal: é uma ação concreta de fortalecimento das comunidades.

“Não é discurso, é entrega. Entrega que muda a vida das pessoas para melhor. As comunidades Paresi, Nambiquara e Manoki agora poderão acessar o Plano Safra, produzir com legalidade e fortalecer suas economias locais. Os demais povos indígenas do país também terão apoio conforme seus desejos e necessidades”, afirmou o ministro.

Inclusão produtiva e permanência nos territórios

A decisão do Ibama é vista como um avanço nas políticas públicas de inclusão produtiva e no reconhecimento da agricultura indígena como uma atividade legítima, essencial à qualidade de vida e à permanência das comunidades em seus territórios ancestrais.

Além de garantir segurança jurídica e sustentabilidade ambiental, a medida abre caminho para que outras comunidades indígenas no Brasil também avancem na produção agrícola, respeitando suas culturas e decisões internas.

Assessoria

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