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O sargento da Polícia Militar de Mato Grosso Gerson Luiz Ferreira Correa Junior firmou acordo de não persecução cívil junto ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no âmbito de uma ação de improbidade administrativa oriundo da Grampolândia Pantaneira, que apura esquema de escutas clantestinas contra figurões do estado.

 

Com o acordo, que foi intermediado pelo advogado Neyman Monteiro, ele é obrigado a devolver R$ 61.920 mil aos cofres públicos, após admitir os crimes cometidos. A homologação do acordo foi assinada pela juíza da Vara Especializada em Ações Coletivas, Célia Regina Vidotti, e publicada nesta segunda-feira (27).

 

 

 

De acordo com o MP, Gerson, que ficou conhecido na Grampolândia Pantaneira como “Cabo Cabuloso”, pagará a multa em 48 parcelas mensais no valor de R$ 1.290,00 e mais multa civil no valor de R$ 3 mil. Conforme Vidotti, o valor da multa civil “será destinado à Associação 4 Bravo Lutas, que tem por finalidade e objeto social a prestação de serviços filantrópicos, assistencial, promocional, esportivo, recreativo e educacional, sem cunho político ou partidário, para crianças carentes, nos moldes do Estatuto da Criança e do Adolescente”.

 

Com a decisão, Gerson deixa se réu na ação cívil pública. “Com o trânsito em julgado, procedam-se as baixas necessárias para exclusão do requerido Gerson Luiz Ferreira Correa Junior do polo passivo da ação, uma vez que eventual descumprimento da avença deverá ser objeto de ação autônoma”, finaliza a juíza.

 

Além de Gerson, o ex-chefe da Casa Militar coronel Evandro Lesco também celebrou acordo de não persecução civil no ano passado. Ele devolveu R$ 82 mil aos cofres.

 

Também são réus nesta ação o ex-governador Pedro Taques, o primo dele e ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, o ex-comandante da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa e o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, coronel Airton Benedito Siqueira Júnior.

 

A ação afirma que houve uma organização criminosa intaurada no governo do Estado para realizar interceptações telefônicas clandestinas contra adversários políticos.

 

Relembre o escândalo dos grampos

 

Reportagem nacional, em maio de 2017, revelou que a Polícia Militar de Mato Grosso “grampeou” de maneira irregular uma lista de pessoas não investigadas por crimes. A matéria destacou como vítimas a deputada estadual Janaina Riva (MDB), o advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes, conhecido como Muvuca. Eles seriam apenas alguns dos “monitorados”.

 

As investigações revelaram que os coordenadores jurídicos das campanhas adversárias do ex-governador Pedro Taques, em 2014, foram alvos da escutas telefônicas criminosas.

 

Os advogados José de Patrocínio, que atuou na campanha de Lúdio Cabral (PT), e Antônio Rosa, que coordenou a equipe jurídica da campanha do ex-deputado José Riva e de Janete Riva, estavam na lista das vítimas do esquema. Além do jornalista e ex-candidato a governo, José Marcondes Muvuca.

 

Os grampos foram obtidos na modalidade “barriga de aluguel”, quando investigadores solicitam à Justiça acesso a telefonemas de determinadas pessoas envolvidas em crimes e no meio dos nomes inserem contatos de não investigados.

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