Fretes rodoviários de grãos recuam em rotas de Mato Grosso com baixa demanda e excesso de caminhões
Os fretes rodoviários de grãos registraram desvalorização na última semana na maioria das rotas de Mato Grosso, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). A queda reflete o momento de menor movimentação no escoamento da produção agrícola, somado ao excesso de oferta de caminhões disponíveis no estado. O cenário pressiona os valores pagos aos transportadores e tem impacto direto na logística do agronegócio mato-grossense.
Segundo levantamento, a rota Sorriso (MT) – Miritituba (PA) apresentou valor médio de R$ 318,67 por tonelada, queda de 1,95%. Já o trajeto Canarana (MT) – Santos (SP) encerrou a semana cotado em R$ 465,00 por tonelada, recuo de 2,47%. Essas duas rotas são estratégicas no escoamento de grãos, tanto pelo Arco Norte quanto pelo porto de Santos, e servem de termômetro para medir o ritmo do transporte em Mato Grosso.
A retração ocorre em um período de entressafra, quando há menor volume de grãos sendo retirado das propriedades. Com isso, a procura por fretes diminui, enquanto a oferta de veículos permanece elevada, acentuando a pressão negativa sobre os preços. Além disso, os custos logísticos seguem sendo um dos principais gargalos da produção mato-grossense, já que o estado depende fortemente do transporte rodoviário para chegar aos portos.
No caso de Miritituba, no Pará, o corredor do Arco Norte tem ganhado protagonismo nos últimos anos pela redução de distância até os mercados internacionais. Já o Porto de Santos mantém a posição de principal destino da safra, sobretudo para as regiões sudeste e leste de Mato Grosso. Quando os fretes recuam, produtores e tradings conseguem reduzir parte das despesas no escoamento, mas a queda acentuada também pode trazer desequilíbrio à renda dos caminhoneiros, especialmente os autônomos.
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