Ferrogrão Pode Revolucionar o Transporte de Soja no Brasil, Aponta Estudo
Ferrogrão Pode Revolucionar o Transporte de Soja no Brasil, Aponta Estudo
A construção da Ferrogrão, ferrovia EF-170, promete transformar o transporte de soja no Brasil, de acordo com um estudo realizado pelo Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP) da USP e pela Fundação Vanzolini. A pesquisa, liderada pelos professores Daniel de Oliveira e Ronaldo Benevides Veloso, analisou a viabilidade de um corredor ferroviário de 933 quilômetros, ligando Sinop (MT) a Itaituba (PA), utilizando um modelo matemático de decisão.
A Ferrogrão surge como uma alternativa estratégica para o escoamento da soja, especialmente para os mercados asiáticos, ao reduzir a dependência do transporte rodoviário e aliviar a pressão sobre o Porto de Santos. Segundo Oliveira, a ferrovia pode mudar a logística nacional ao direcionar uma parte significativa da produção para a região Norte, sem prejudicar outros portos importantes, como Manaus, Santarém e São Luís.
Além de melhorar a eficiência logística, o projeto também traria benefícios ambientais. A distância percorrida por caminhões cairia de 914 para 171 quilômetros, o que resultaria numa redução de cerca de 60% nas emissões de gases de efeito estufa. Essa diminuição das emissões reforça o aspecto sustentável da Ferrogrão.
Outro ponto destacado pelo estudo é a ampliação da área de influência logística. O número de cidades diretamente beneficiadas pela ferrovia passaria de 20 para 33, enquanto a área atendida pelo Porto de Santos sofreria uma pequena redistribuição, de 44 para 37 municípios. Isso aumentaria a competitividade do agronegócio brasileiro, sem prejudicar a operação de outros corredores logísticos.
No aspecto econômico, a Ferrogrão tem o potencial de aumentar a rentabilidade do setor agrícola. O estudo aponta que o custo logístico mais baixo pode aumentar a renda média por saca de soja de R$ 12,25 para R$ 15,25, representando um ganho de R$ 3,00 por saca. Esse impacto considera o preço médio da soja em R$ 150,00 e o custo do diesel a R$ 6,00.
De acordo com Oliveira, a Ferrogrão pode aumentar a competitividade da soja brasileira no mercado asiático, ao mesmo tempo em que contribui para a redução de impactos ambientais e amplia a rentabilidade do setor. A ferrovia, portanto, é vista como uma solução sustentável e economicamente vantajosa para consolidar o Brasil como líder no agronegócio global.
Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do CenarioMT
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