Um levantamento divulgado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Judiciária Civil (PJC-MT) revela um dado devastador sobre as consequências da violência de gênero em Mato Grosso: 46 crianças e adolescentes ficaram órfãos apenas no primeiro semestre de 2025, após o assassinato de suas mães em crimes de feminicídio.
De acordo com o relatório, quase metade dessas vítimas indiretas (48%) são menores de 12 anos, o que significa que dependiam totalmente das mães para o cuidado e sustento. Agora, muitas estão sob a responsabilidade de avós, tios ou outros familiares, que assumem não apenas a criação, mas também o desafio de lidar com os traumas psicológicos deixados pela perda.
Os dados também mostram que 33% dessas crianças eram filhas biológicas dos autores dos crimes, e 13% presenciaram a morte da mãe, circunstâncias que agravam o impacto emocional e aumentam a necessidade de acompanhamento psicológico especializado.
Segundo o relatório, 81% das mulheres assassinadas eram mães, e duas estavam grávidas no momento em que foram mortas. A violência, portanto, não termina com a morte da vítima, mas se estende para toda a estrutura familiar.
O estudo reforça que o Estado precisa desenvolver políticas de acolhimento e reparação voltadas às crianças órfãs do feminicídio, garantindo suporte psicológico, educacional e social. Ainda segundo o relatório, muitas dessas famílias não contam com apoio institucional suficiente, o que pode perpetuar ciclos de pobreza e trauma.
Principais dados sobre os órfãos de feminicídios em Mato Grosso – 1º semestre de 2025:
46 crianças e adolescentes órfãos
48% menores de 12 anos
33% filhos biológicos do autor
13% presenciaram o crime
81% das vítimas eram mães
2 vítimas estavam grávidas
