Estudo revela desafios e oportunidades na transformação digital do agronegócio brasileiro
Estudo revela desafios e oportunidades na transformação digital do agronegócio brasileiro
A transformação digital é considerada essencial para o crescimento e a competitividade do agronegócio brasileiro, setor que historicamente se destaca pela inovação, mas enfrenta desafios estruturais e culturais. Em um cenário global cada vez mais exigente, a adoção de novas tecnologias se torna fundamental para garantir o futuro das empresas.
Com o objetivo de mapear o estágio atual e os caminhos para a transformação digital no setor, a PwC Brasil e a Fundação Dom Cabral (FDC) lançaram o Índice de Transformação Digital Brasil (ITDBr) voltado exclusivamente ao agronegócio. O estudo identificou os principais avanços e lacunas que precisam ser superados para que o setor se consolide como referência em digitalização.
Maturidade digital abaixo da média
De acordo com o levantamento, o agronegócio apresentou o menor índice de maturidade digital entre os setores avaliados, com pontuação de 3,1, abaixo da média geral de 3,7. Os principais pontos críticos estão relacionados a processos digitais, decisões baseadas em dados e, especialmente, aspectos ligados a pessoas e cultura.
O estudo revela que muitas empresas ainda não priorizam o treinamento digital nem promovem uma cultura organizacional que favoreça a inovação tecnológica. Além disso, 73% das empresas apontaram a estrutura e a cultura organizacional como as principais barreiras para implementar a transformação digital.
Adoção de tecnologias
Apesar das dificuldades, o setor tem demonstrado avanços na adoção de tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e inteligência artificial (IA). Segundo o estudo, 45% das empresas já utilizam IoT, enquanto 36% utilizam IA, números superiores à média de outros setores. Contudo, a integração dessas ferramentas em estratégias mais amplas e estruturadas ainda é um desafio.
O agronegócio também se destaca no relacionamento com clientes digitais, com uma pontuação de 3,4, mais próxima da média geral, mostrando que há potencial de crescimento nessa área.
Investimentos pontuais e resistências
A pesquisa apontou que 75,8% das empresas adotam uma estratégia cautelosa, priorizando investimentos pontuais e focados em problemas específicos, enquanto apenas 21,2% têm uma abordagem mais abrangente e disruptiva. A resistência interna às mudanças e a falta de uma visão estratégica clara dificultam a digitalização como um todo.
ESG e transformação digital
Outro aspecto destacado no estudo é a necessidade de alinhar a transformação digital às práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG). Apesar de mais da metade das empresas reconhecerem a importância dessa integração, apenas 43% utilizam tecnologias digitais para mitigar impactos ambientais e sociais, um índice inferior à média de outros setores.
Caminhos para o futuro
Para alcançar um nível mais alto de maturidade digital, o agronegócio precisa superar os obstáculos culturais e organizacionais, investir em planejamento estratégico e capacitação das equipes, e integrar tecnologias de forma mais abrangente.
Segundo Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Digitais da FDC, a governança digital será um fator decisivo para o setor. Ele enfatiza que uma estratégia robusta pode elevar o agronegócio a novos patamares de competitividade no mercado global.
Com planejamento de longo prazo e gestão inovadora, o agronegócio brasileiro poderá consolidar sua posição como protagonista em transformação digital, ampliando sua eficiência operacional e seu impacto positivo no mercado global.
Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do CenarioMT
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