Fonte: Yan Rocha/RBT News com informações do G1MT

Militares do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) de Mato Grosso retornaram ao estado nesta semana, após 23 dias de intensa atuação nas ações de busca e resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A equipe do Corpo de Bombeiros encerrou seus trabalhos na região nesta quinta-feira (30) e retornará a Mato Grosso na sexta-feira (31).

Segundo a Defesa Civil, as enchentes no Rio Grande do Sul causaram a morte de 169 pessoas, deixaram 44 desaparecidas e forçaram 629,2 mil pessoas a abandonarem suas casas.

O Sargento Jefferson dos Santos compartilhou uma experiência tocante durante a missão: “Uma senhora estava com os três netinhos, um deles é autista e ele ficou com medo do barulho do helicóptero. Então eu dei um protetor auricular para ele poder sair. Quando envolve criança, afeta demais a gente, mas nós tínhamos que mostrar força,” contou emocionado.

O capitão Lucas Moraes Callegario lembrou um momento crítico durante uma operação de resgate: “Um dos momentos mais marcantes foi durante uma ação em um condomínio onde os moradores já estavam ilhados há sete dias. No dia seguinte, toda a área ficou alagada e, se tivéssemos esperado mais, não seria possível realizar o resgate.”

Ao todo, os agentes de Mato Grosso resgataram 40 pessoas e seis animais em áreas de difícil acesso, realizaram 15 voos para transporte de suprimentos e salvaram um bebê de 20 dias junto com sua mãe e outras seis pessoas da mesma família na cidade de Pelotas.

Em outra operação, realizada no dia 7 de maio, os militares resgataram um homem e um cachorro que estavam à deriva em um colchão inflável no meio da lama e dos destroços. O homem havia encontrado o colchão enquanto tentava voltar para casa com água na altura do peito e salvou o cachorro que estava quase se afogando.

A persistente chuva no Rio Grande do Sul, que já dura mais de um mês, colocou o estado em situação de calamidade, reconhecida pelo governo federal. Isso permite ao estado solicitar recursos federais para assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

Meteorologistas explicam que a catástrofe é resultado de pelo menos três fenômenos climáticos, agravados pelas mudanças climáticas: correntes intensas de vento, um corredor de umidade vindo da Amazônia e um bloqueio atmosférico devido às ondas de calor. A previsão é de mais chuvas, o que pode agravar ainda mais a situação.

A tragédia no estado continua a mobilizar esforços de resgate e assistência, enquanto as equipes retornam com um sentimento de dever cumprido, apesar das dificuldades enfrentadas.

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