“Eles mentiram pra mim”: mãe acusa escola de omissão após queda de aluno;caso é acompanhado pelo DRE
Há mais de 30 dias, João Vitor, de 14 anos, aluno da Escola Estadual Arlete Maria Cappellari, em Sorriso (MT), permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Rita, em Várzea Grande. O adolescente sofreu um grave traumatismo craniano após cair de um muro dentro da escola. De acordo com a mãe, Josiane Teixeira Bredes, a queda foi provocada por um empurrão de um colega ao contrário do que foi dito pela escola, que inicialmente afirmou que João havia apenas escorregado.
“A escola me ligou dizendo que ele tinha escorregado, caído, batido a cabeça e desmaiado. Disseram que ele já tinha voltado e que estavam levando ele pro hospital. Mas essa versão não era verdadeira”, afirmou Josiane em entrevista exclusiva ao RBT News.
Segundo a família, João Vitor subiu no muro para buscar uma bola que havia caído. Do lado interno, a altura era baixa, mas do lado externo, o muro era alto. Quando o garoto desistiu de pular, foi empurrado por um colega e caiu de cabeça no chão. O impacto foi tão forte que o crânio afundou, e ele precisou ser entubado e colocado em coma induzido.
Estado de saúde ainda crítico
“Hoje ele ainda está inconsciente, não abre os olhos. É bem difícil…”, desabafou Josiane, emocionada. “Mas graças a Deus, ele já começou a mexer um pouco as pernas e os sedativos foram retirados.”
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A mãe elogia o atendimento médico no Hospital Santa Rita, em Várzea Grande.
“O atendimento aqui é excelente. Não tenho como agradecer, primeiro a Deus e depois à equipe médica,enfermeiros, técnicos, todos estão cuidando muito bem do meu filho.”
A família se mudou às pressas para Várzea Grande após a transferência do menino, sem planejamento ou estrutura.
“No começo, a gente não conseguia pensar em nada, só em salvar a vida dele, porque o caso era gravíssimo.”
Escola ajudou por duas semanas e depois se afastou
Josiane também denuncia a postura da escola após o acidente. Segundo ela, a direção ofereceu algum apoio nas duas primeiras semanas, mas depois deixou de prestar qualquer tipo de assistência, inclusive financeira.
“Depois que tiraram o tubo do meu filho, acharam que ele estava melhor e pararam de ajudar. A gente começou a passar dificuldade. Era isso: se pagássemos o Uber pro hospital, não tinha o que comer. E assim foram dias muito difíceis.”
Denúncia de encobrimento e revolta com a instituição
Com voz embargada, a mãe afirma que a escola tentou manipular os fatos desde o início.
“Eles mentiram. Estão dizendo que o colega estava ajudando ele a descer do muro. Isso não é verdade. Estão querendo que as pessoas acreditem numa mentira. Estão acobertando.”
Para ela, a direção agiu com frieza e irresponsabilidade.
“É uma pouca vergonha. Acho que são todos sem coração. Não demonstraram empatia nenhuma. Meu filho é uma criança que sempre ajudava todo mundo, nunca pôde ver uma lágrima nossa. Agora, ver ele nessa situação, lutando pra viver, é uma dor que não desejo pra nenhuma mãe.”
A Polícia Civil investiga o caso e já teve acesso às imagens das câmeras de segurança, que, segundo os pais, só foram entregues após pressão da investigação. A família registrou boletim de ocorrência e aguarda que o caso seja tratado com seriedade pelas autoridades.
Outro lado
Prezando pela imparcialidade e o compromisso com a informação precisa, a equipe de reportagem do RBT News entrou em contato com a direção da Escola Estadual Arlete Maria Cappellari. A gestão informou que a escola prestou todo o apoio necessário à família de João Vitor nas primeiras semanas após o acidente.
A direção também esclareceu que o atual diretor não é o mesmo que estava à frente da unidade no dia do ocorrido. Por fim, a escola lamentou profundamente o episódio envolvendo o estudante e afirmou estar colaborando com as investigações e que agora o caso segue sendo acompanhado pelo DRE.
Por Ana Flávia Moreira/Jornalista
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