Diagnóstico de Alzheimer de Heleno é de 2025, e não de 2018, diz defesa
A defesa do general Augusto Heleno apresentou, na tarde deste sábado (29/11), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um documento com esclarecimentos sobre o estado de saúde do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo os advogados, a informação de que Heleno teria recebido diagnóstico de Alzheimer em 2018 está incorreta. O parecer definitivo, afirmam, foi firmado apenas em janeiro de 2025.
Os detalhes dos laudos médicos protocolados no processo foram revelados pelo Correio na quarta-feira, um dia após Moraes determinar a prisão de Heleno, condenado a 21 anos por envolvimento na trama golpista. A manifestação foi protocolada horas depois de o ministro determinar, à defesa, a apresentação dos documentos que comprovem o diagnóstico de Alzheimer, no prazo de cinco dias.
Diferentemente do relatado por Heleno ao ser interrogado pela médica responsável pelo exame de corpo de delito, a data de 2018 decorreu de um equívoco, alega a defesa. “[…] O que, provavelmente, deve ter sido um equívoco por parte do perito ao indagar ao Requerente sobre seu estado de saúde, considerando que apresenta diagnóstico de Alzheimer e não tem condições de explanar sobre marcos temporais.”
Com exceção desse episódio, os advogados afirmam que não há menção à data de 2018 como início da doença. A defesa técnica apresentou alegações de que Heleno manifestou os primeiros sinais de falha de memória no fim de 2022, mas que o diagnóstico definitivo, com base médica, ocorreu apenas em janeiro deste ano.
Cronologia
Os relatórios médicos protocolados na quarta-feira evidenciam a cronologia do quadro clínico do general, com resultados de exames, remédios prescritos e pareceres de consultas periódicas. Em dezembro de 2022, constam os primeiros sinais de falhas de memória. Em 2023 e 2024, Heleno passou por averiguações médicas, exames e acompanhamento com médicos psiquiatra e geriatra. Em janeiro de 2025, confirma a defesa, veio o diagnóstico de demência mista: Alzheimer e demência vascular.
Na manifestação, a defesa anexou uma planilha com a evolução do estado de saúde do general, com registros que vão de 2000 a 23 de novembro de 2025. Este último, detalhando a emissão do relatório médico especializado, em que reitera que o tratamento em regime fechado eleva as chances de agravamento do estado de saúde, em caráter irreversível.
Ao final, a defesa pede a concessão da prisão domiciliar de Heleno, em caráter humanitário, com urgência.
Por Correio Braziliense




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