Deputada Janaína Riva se manifesta após julgamento de feminicídio: “Não é arrependimento, é encenação”
A deputada estadual Janaína Riva (MDB) usou suas redes sociais nesta semana para se pronunciar sobre o julgamento do caso de feminicídio que chocou o estado de Mato Grosso. O acusado, que matou a esposa Leidiane com golpes de faca, tentou, durante o julgamento, colocar a culpa na vítima, chorando diante do júri e alegando sofrimento emocional e traições, enquanto ignorava os registros de violência doméstica feitos por Leidiane ainda em vida.
O crime brutal, seguido de tentativas do acusado de se esquivar da responsabilidade, gerou forte comoção pública. O agressor chegou a mandar mensagens ofensivas para uma terceira mulher, Ana Paula, logo após o assassinato. Em uma das mensagens, ele escreveu:
“Oi, vagabunda, está satisfeita agora?”, responsabilizando a amiga da vítima por incentivá-la a sair e se divertir. O conteúdo foi confirmado durante o julgamento.
Em seu pronunciamento, Janaína Riva criticou duramente o comportamento do réu e a estratégia de vitimização durante o julgamento.
“Depois de matar a Leidiane, ele tentou transformar o tribunal em palco de teatro. Chorou, se fez de vítima, tentou colocar a culpa em quem não pode mais se defender. Isso não é arrependimento, é encenação barata.”
A parlamentar também condenou a tentativa do acusado de usar supostos abusos emocionais como justificativa para o crime.
“Se ele sofria tanto, por que não terminou o relacionamento? Por que ficou cinco anos com ela? Por que não saiu, procurou ajuda? Nada, absolutamente nada, justifica tirar a vida de uma mulher.”
Durante a audiência, foi revelado que o acusado chegou a declarar ter recebido R$ 100 mil, mesmo dizendo depender financeiramente da vítima. Também foi confirmada a publicação de textos em tom de ódio contra a Lei Maria da Penha, chamando-a de “lei desgraçada” e acusando mulheres de “humilharem os homens”.

“Esse discurso é perigoso e não pode ser naturalizado. É a mesma retórica machista que mata mulheres todos os dias neste país. Chamar de ‘lei desgraçada’ a única barreira que muitas mulheres têm contra o feminicídio mostra bem quem ele é: um agressor que jamais aceitou que a vítima era livre para viver”, afirmou Janaína.
A deputada finalizou seu pronunciamento reafirmando seu compromisso com o combate à violência contra a mulher e cobrando penas duras para crimes de feminicídio.
“A justiça precisa ser firme. Quem mata uma mulher por não aceitar sua liberdade, seu fim de relacionamento ou sua independência, não merece clemência.”




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