Defesa de ex-assessor de Bolsonaro diz que Mauro Cid tentou dar golpe
Martins começará nesta terça (9) a ser julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), como parte do núcleo 2 da trama golpista, o último que falta.
Ele é acusado de ter elaborado a chamada minuta do golpe, o que sempre negou. Na sustentação oral, que será feita por até 1 hora no início do julgamento, os advogados do ex-assessor pretendem apresentar novos elementos.
Os principais são documentos levantados nos autos do processo que mostrariam que Cid, delator do caso, teria começado a elaborar a minuta ainda durante o segundo turno da eleição, mais especificamente em 25 de outubro, cinco dias antes da votação.
Outro documento, datado de 28 de novembro daquele ano, mostraria que Cid apresentou o documento em reunião com integrantes da forças especiais do Exército, os chamados kids pretos.
“Mauro Cid é o único que quis dar um golpe. O plano é dele. Quando ele fica com medo de ser descoberto, cria uma narrativa e tenta responsabilizar o Filipe”, diz o advogado Jeffrey Chiquini, que defende o ex-assessor presidencial.
O posicionamento reflete uma mudança na estratégia da defesa, que vinha negando a existência de golpe. A nova linha de argumentação é de que houve minuta e tentativa de quebra da ordem constitucional, mas promovida por Cid.
Segundo Chiquini, isso se deve à descoberta dos novos documentos no processo, que foi possibilitada pelo uso de computadores mais potentes para analisar os mais de 70 terabytes de dados da investigação da Polícia Federal.
Martins é acusado de ter participado de uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro em que a minuta teria sido debatida. O ex-assessor nega a presença no encontro e diz que seus registros de entrada no local foram forjados.
Para Chiquini, Cid é também o responsável pela fraude nos registros. “Ele adulterou as informações para jogar sobre o Filipe a responsabilidade pelo golpe que tentou dar e não conseguiu”, diz o advogado.
Por Folha de São Paulo




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