Criminoso que arrancou o coração da tia em Sorriso é preso novamente após violar medidas judiciais
A Justiça de Mato Grosso determinou uma nova prisão de Lumar Costa da Silva, condenado pelo assassinato brutal da tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em 2019, em Sorriso (MT). Ele foi detido na última sexta-feira (14), em São Paulo, após descumprir medidas impostas quando deixou o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá, onde permanecia internado por determinação judicial. Entre as violações apontadas, Lumar teria abandonado o tratamento psiquiátrico ambulatorial, deixado de tomar as medicações e se envolvido em um novo caso de violência doméstica.
Na decisão, o juiz da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, Geraldo Fidélis, destacou que o novo episódio guarda “o mesmo contexto de violência” que marcou o crime de 2019 e representa risco concreto à sociedade. Por isso, o magistrado revogou a desinternação concedida em junho deste ano e determinou que Lumar seja novamente inserido em medida de segurança na modalidade de internação. Ele também proibiu que o réu seja encaminhado a unidades prisionais comuns, ordenando sua transferência de volta para o CIAPS Adauto Botelho, onde deverá passar por nova avaliação clínica.
O crime cometido por Lumar chocou Mato Grosso e ganhou repercussão nacional. Em julho de 2019, apenas quatro dias após chegar a Sorriso para morar com a tia, ele assassinou Maria Zélia a facadas, arrancou o coração dela e levou o órgão até a prima filha da vítima. Antes de vir para o estado, o agressor já havia tentado matar a própria mãe em Campinas (SP). Usuário de drogas e apresentando sinais de distúrbios psiquiátricos, ele relatou à polícia ter cometido o crime após “ouvir vozes”. Depois do homicídio, Lumar ainda roubou o carro da prima e tentou sequestrar a filha dela, que na época tinha apenas sete anos.
A soltura de Lumar em junho deste ano já havia causado forte temor na família, especialmente na filha da vítima, Patrícia Cosmo, que voltou a reviver o “período de maior terror” de sua vida. Em entrevistas recentes, os familiares relataram noites sem dormir e sensação permanente de insegurança diante da possibilidade de reencontro com o agressor, que havia sido levado pelo pai para Campinas após a liberação judicial. Com a nova prisão, a família espera que o caso seja conduzido com mais rigor e que as medidas judiciais garantam segurança às vítimas indiretas do crime.
Agora, com a prisão restabelecida por descumprimento das condições impostas, a Justiça determinou que Lumar retorne ao hospital psiquiátrico de Cuiabá para tratamento intensivo. A defesa do réu, que havia comemorado a desinternação por entender que ele necessitava de tratamento e não de prisão, ainda não se manifestou sobre a nova decisão. O caso segue sob acompanhamento da Justiça mato-grossense, que deverá reavaliar a periculosidade do acusado após nova perícia médica.




Deixe uma resposta