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Corpo de brasileira é retirado de vulcão na Indonésia após 5 dias

Corpo de brasileira é retirado de vulcão na Indonésia após 5 dias

Um vídeo compartilhado nas redes sociais por socorristas voluntários no resgate de Juliana Marins mostra o momento em que o corpo da jovem turista brasileira é retirado do vulcão em que ela foi encontrada morta na Indonésia.

Nas imagens é possível ver a operação de resgate.

Vídeo mostra momento em que corpo de Juliana é retirado de vulcão na Indonésia

O corpo da brasileira que caiu em um vulcão na Indonésia foi retirado na manhã desta quarta-feira (25). Juliana Marins foi encontrada sem vida a 600 metros abaixo da trilha, quatro dias após ter caído no penhasco.

A informação foi confirmada pelo chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, Marechal do Ar TNI Muhammad Syafi’i, além de outros socorristas voluntários. Os trabalhos duraram mais de 7 horas.

De acordo com a agência, as equipes usaram cordas para içar o corpo da brasileira. Quatro socorristas estavam acampados a 600 metros de profundidade, junto ao corpo, e outras três, que serviram de apoio, estavam a 400 metros da trilha.

O corpo foi içado e agora será conduzido até um posto de comando. Na sequência será conduzido em uma aeronave até um hospital da região. As autoridades indonésias vão fazer a perícia do corpo da brasileira antes de liberá-lo para seguir com a família para o Brasil.

Na internet, houve muitas manifestações de tristeza; apoio à família; e indignação com a demora e eventuais erros do trabalho de resgate.

Segundo autoridades da Indonésia, nos últimos cinco anos foram registrados 190 acidentes no mesmo parque. Oito pessoas morreram e 180 ficaram feridas.

Quem foi Juliana Marins?

 

Brasileira Juliana Marins foi encontrada morta na Indonésia. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Brasileira Juliana Marins foi encontrada morta na Indonésia. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Juliana Marins, de 26 anos, que caiu durante uma trilha na Indonésia, é de Niterói, Região Metropolitana do Rio, e estava fazendo um mochilão na Ásia desde fevereiro. Em quatro meses, já havia passado pelas Filipinas, Vietnã e Tailândia. Pelo Instagram, ela compartilhava experiências durante a viagem que fazia sozinha, incluindo outras trilhas e mergulhos.

Nas redes sociais, a brasileira compartilhou ainda registros de outras viagens para Espanha, Holanda, Alemanha, Uruguai e Egito, onde fez um intercâmbio.

Juliana é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo seu perfil no Linkedin, ela trabalhou em empresas do grupo Globo, como Multishow e Canal Off, além da agência de marketing Mynd e do evento Rio2C, voltado à indústria criativa. A brasileira também fez cursos de fotografia, roteiro e direção de cinema.

Praticante de pole dance, Juliana já se apresentou em festivais da dança. Ela também costumava participar de corridas de rua, inclusive fora do país.

Veja a cronologia completa da tragédia

 

  • Sexta-feira, 20 de junho, 19h (Brasília) – Juliana Marins caiu em um abismo de cerca de 300 metros durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia. Ela estava com um grupo e um guia, mas ficou para trás ao se dizer cansada. Horas depois, turistas a localizaram com ajuda de um drone. Ela estava presa em uma fenda, sem agasalho e com dificuldade de locomoção.
  • Sexta-feira, 20 de junho, por volta das 22h – A família foi avisada por turistas espanhóis, que encontraram o perfil de Juliana nas redes sociais e conseguiram contato com uma amiga.
  • Sábado, 21 de junho, 11h40 – Foi enviada a informação de que socorristas chegaram até a região e forneceram comida e água, mas não conseguiram retirá-la por causa do terreno e do mau tempo. Um vídeo do local chegou a ser enviado a parentes. No entanto, dias depois, a família descobriu que o vídeo era forjado e que Juliana nunca recebeu alimentação ou agasalhos.
  • Sábado, 21 de junho – O Parque Nacional do Monte Rinjani informou, em nota oficial, que Juliana havia caído e estava a cerca de 150 a 200 metros de distância.
  • Sábado, 21 de junho, 17h10 – A última vez que Juliana foi avistada por drone, ainda com contato visual.
  • Domingo, 22 de junho, madrugada – A família soube, na madrugada, que a informação de que Juliana havia sido localizada e recebido alimentação e água era falsa. Às 3h30, a família divulgou nota com preocupação, dizendo que as informações das autoridades da Indonésia eram falsas.
  • Domingo, 22 de junho, madrugada – A embaixada afirmou que as buscas foram retomadas, mas a família disse que o tempo ruim impediu o avanço.
  • Domingo, 22 de junho, fim da manhã – Familiares informaram que as buscas foram oficialmente suspensas por conta da forte neblina.
  • Segunda-feira, 23 de junho, madrugada – As buscas recomeçaram com apoio de drone térmico e presença de diplomatas brasileiros.
  • Segunda-feira, 23 de junho, 5h (Brasília) – Juliana foi localizada novamente, imóvel, a cerca de 500 metros de profundidade.
  • Segunda-feira, 23 de junho, 11h36 – Dois alpinistas experientes se juntaram ao resgate com novos equipamentos. O parque confirmou que Juliana ainda estava no penhasco, sem se mover.
  • Segunda-feira, 23 de junho, 23h37 – Equipes de resgate desceram 400 m, mas estimaram que Juliana estava mais 650 m de distância (1.050 metros ao todo).
  • Terça-feira, 24 de junho, 5h42 – A família de Juliana foi informada oficialmente que a região do acidente havia sido fechada para a realização da operação, para evitar a presença de turistas e curiosos. A medida só foi adotada quatro dias depois do acidente.
  • Terça-feira, 24 de junho, 6h40 – O pai da jovem, Manoel Marins, embarcou para a Indonésia. Havia dificuldades para o voo decolar nos últimos dias, devido às restrições aéreas causadas pelo conflito no Oriente Médio.
  • Terça-feira, 24 de junho, 11h – Família de Juliana informa oficialmente que o corpo da jovem foi encontrado sem vida por socorristas na Indonésia.

 

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