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Carlos Bolsonaro enfrenta resistência de lideranças locais do PL de Santa Catarina

Carlos Bolsonaro enfrenta resistência de lideranças locais do PL de Santa Catarina

O anúncio da pré-candidatura do vereador Carlos Bolsonaro (PL) ao Senado Federal por Santa Catarina provocou uma onda de resistência e desorganização dentro das próprias fileiras do Partido Liberal (PL) no estado, tradicionalmente um dos mais conservadores do país e um forte bastião eleitoral da família Bolsonaro.

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Lideranças estaduais e regionais têm questionado a movimentação, que consideram uma “intervenção nacional” prejudicial ao equilíbrio político local e que ameaça enfraquecer a sigla em suas bases. O principal argumento levantado é a falta de vínculo histórico de Carlos Bolsonaro com Santa Catarina.

A voz mais proeminente na crítica pública é a da deputada estadual Ana Campagnolo (PL), a mais votada em 2022. Em suas redes sociais, Campagnolo expressou forte insatisfação, apontando que a chegada de Carlos desestabilizou o cenário local e ameaça a unidade do partido.

“A saída de [Carol de Toni] nunca foi uma mentira, mas uma ameaça real para a força do PL catarinense. Todos aqui sabiam que poderia se concretizar com a chegada do Carlos. Todos sempre souberam. (…) O que estava organizado se desorganizou,” afirmou a deputada.

A parlamentar também criticou a falta de clareza da direção nacional do PL. Enquanto  Valdemar Costa Neto sugere apoio a uma composição com Esperidião Amin (PP), os filhos do ex-presidente insistem na chapa Carlos-Carol de Toni (PL).

” Quem vai ser macho de fazer uma declaração oficial e avisar o Amin que ele está fora?”, questionou Campagnolo.

A postura crítica da deputada gerou uma resposta imediata de seu colega, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), que publicou um texto sugerindo que a vitória eleitoral de Campagnolo foi graças ao apoio da família Bolsonaro, e a desafiando a romper publicamente com a liderança se não estiver mais alinhada.

 

 Lideranças Locais Rechaçam a Imposição

 

A insatisfação se espalha entre prefeitos e vereadores do interior, que defendem a priorização de nomes locais e consolidados na disputa.

O prefeito de Pouso Redondo, Rafael Tambozi (PL), foi enfático ao se posicionar contra a candidatura de Carlos, defendendo a liderança da deputada federal Carol de Toni.

O povo de SC não é gado, a gente não é tocado por diante. E isso tem que ficar bem claro nesse momento, onde as lideranças políticas do nosso Estado não se posicionam, quando a gente tem a imposição da candidatura do Carlos Bolsonaro a senador, tirando a nossa liderança consolidada em SC que é a Carol de Toni,” declarou Tambozi em vídeo.

 

 

Na Câmara Municipal de Rio do Sul, o vereador Jean Volpato que apesar de não ser do PL também expressou indignação, levantando dúvidas sobre a real motivação da mudança de domicílio eleitoral.

“Nós estamos falando de uma vaga que é do povo catarinense, de pessoas que conhecem o Estado, que conhecem as cidades catarinenses  e não de quem está lá no tribunal,” criticou Volpato. O vereador ainda citou a baixa produção legislativa de Carlos no Rio de Janeiro (apenas três projetos aprovados em seu mandato mais recente) e sugeriu que a candidatura seria uma tática para obter foro privilegiado, “simplesmente para fugir da Justiça.”

“Não façam isso com o povo catarinense. A vaga no Senado é uma instituição importante para trazer recursos para Santa Catarina,” concluiu Volpato, destacando a importância da vaga para o desenvolvimento do estado.

Por Ana Flávia Moreira/RBT NEWS

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