Após incentivar demissões por posição política, prefeito recua e se retrata em novo vídeo
Após a repercussão de um vídeo em que sugeria a empregadores que demitissem funcionários identificados como apoiadores da esquerda que comemoraram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o prefeito de Cuiabá voltou atrás e divulgou uma retratação nesta segunda-feira (8). A mudança de postura ocorreu depois de ele receber uma recomendação formal do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Segundo o MPT, a manifestação inicial do gestor ultrapassou a esfera da opinião política e incentivou, ainda que de forma indireta, práticas de dispensa discriminatória,o que caracteriza perseguição política no ambiente de trabalho. O procurador Danilo Nunes Vasconcelos destacou que tal conduta poderia estimular uma cultura de vigilância e punição por posicionamento ideológico, algo incompatível com direitos fundamentais como igualdade, liberdade de expressão e condições dignas de trabalho.
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A fala que motivou a intervenção do MPT ocorreu no dia 22 de novembro, em vídeo divulgado nas redes sociais, quando o prefeito orienta simpatizantes a “ter paciência” e afirma que haveria “momento certo para revidar”. Em outro trecho, que posteriormente foi retirado do ar, ele sugere que empregadores guardem registros,os chamados “prints” para usar como justificativa em futuras demissões.
Diante da recomendação do Ministério Público do Trabalho, o prefeito publicou um novo vídeo, no qual nega ter intenção de promover perseguição política e afirma que “não se deve guardar prints, mandar embora ou provocar qualquer tipo de discussão por opinião política”. Ele acrescentou que nenhum servidor ou trabalhador deve ser penalizado por seu posicionamento ideológico.
O MPT ressaltou que manifestações vindas de um chefe do Executivo municipal têm forte impacto na sociedade, podendo gerar temor entre servidores públicos e servir de estímulo para que empresas privadas adotem condutas de vigilância e retaliação contra empregados por razões políticas.




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