‘Ainda estou aqui’, ‘Democracia’ e ‘Crime e castigo’: os livros que Bolsonaro e o núcleo crucial podem ler para reduzir a pena
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o “núcleo crucial” da trama golpista podem usar a literatura para reduzir as penas que começaram a cumprir na última terça-feira (25).
Para isso, no entanto, será preciso que Bolsonaro e os outros membros núcleo crucial peçam o aval do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito em que foram condenados.
Em setembro, por exemplo, o ministro aprovou a remição de 113 dias de pena por meio da leitura, estudo e trabalho para o ex-deputado Daniel Silveira, preso em regime semiaberto na Cadeia Agrícola de Magé, no Rio de Janeiro.
Entre as obras permitidas para remição da pena estão:
- “Ainda estou aqui”, livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva: o escritor revira as próprias memórias e narra momentos marcantes na vida de suas irmãs, mãe e seu pai, o Rubens Paiva, ex-deputado federal assassinado durante a ditadura militar. O livro foi adaptado para as telonas e ganhou o o Oscar de Melhor Filme Internacional em 2025.
- “Democracia”, de Philip Bunting: o livro ilustrado apresenta o conceito de democracia, sua história e responde questões sobre cidadania, política, acesso à informação, uso da internet e das mídias sociais. Recomendado para leitores a partir de 9 anos.
- “Crime e castigo”, de Fiódor Dostoiévski: conta a história de um estudante que, impulsionado pela teoria de que “pessoas extraordinárias” têm o direito de cometer crimes, mata uma agiota e é atormentado pela culpa, paranoia e insônia.
A lista oficial de livros
Para que a leitura seja usada no abatimento parcial da pena, é preciso que a obra conste em uma lista homologada pela Justiça. O documento é elaborado pela Secretaria de Educação do DF.
Segundo o governo, são proibidos livros que promovam qualquer tipo de violência ou discriminação.
Além dos exemplos citados acima, a lista inclui uma série de obras literárias que tratam de temas como ditadura e democracia, racismo, preconceito e questões de gênero, além de distopias que retratam estados totalitários.
Veja alguns títulos abaixo:
- “A autobiografia de Martin Luther King”, de Martin Luther King
- “A cor do preconceito”, de Carmen Lúcia Campos e Sueli Carneiro
- “A cor púrpura”, de Alice Walker
- “Admirável mundo novo”, de Aldous Huxley
- “A revolução dos bichos”, de George Orwell
- “Becos da memória”, de Conceição Evaristo
- “Canção para ninar menino grande”, de Conceição Evaristo
- “Cartas de uma menina presa”, de Débora Diniz
- “Futuro ancestral”, de Ailton Krenak
- “Guerra e paz”, de Liev Tolstói
- “Incidente em Antares”, de Érico Veríssimo
- “Malala: A Menina Que Queria Ir para a Escola”, de Adriana Carranca
- “Na minha pele”, de Lázaro Ramos
- “Não verás país nenhum”, de Ignácio de Loyola Brandão
- “O conto da aia”, de Margaret Atwood
- “O perigo de uma história única”, de Chimamanda Ngozi Adichie
- “O príncipe”, de Nicolau Maquiavel
- “O sol é para todos”, de Harper Lee
- “Pequeno manual antirracista”, de Djamilla Ribeiro
- “Presos que menstruam”, de Nana Queiroz
- “Tudo é rio”, de Carla Madeira
- “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves
- “Zumbi dos Palmares”, de Luiz Galdino
- “1984”, de George Orwell
- “1968: o ano que não terminou”, de Zuenir Ventura





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