Advogado dispara: “ Muitos políticos não estão preocupados com o povo” e destaca penas injustas do 08 de janeiro.
Em entrevista ao jornalista Roberto Santos, do RBT News, o advogado Carlos Koch fez duras críticas à postura de parte da classe política e voltou a questionar as penas aplicadas pelo STF aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, muitos parlamentares demonstram mais preocupação com seus próprios interesses do que com a população que representam.
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Koch afirmou que diversos cidadãos ainda enfrentam consequências severas dos episódios de 2023, enquanto o debate político estaria sendo conduzido de forma seletiva.
“Vejo que muitos políticos não estão preocupados com o povo, aquele cidadão que está lá preso, cumprindo 17 anos, ou os que fugiram do país com medo de serem presos. Hoje há brasileiros vivendo na Argentina e no Paraguai devido ao temor das prisões”, disse.
O advogado ressaltou que a Câmara de Vereadores é, sim, um espaço legítimo para discussões públicas, mas enfatizou que o propósito das iniciativas precisa ser claro:
“A Câmara é um espaço público de debate, mas é preciso analisar qual é a intenção. Esse debate está realmente voltado a trazer algum benefício ao povo? Está preocupado com as ilegalidades que o cidadão comum está sofrendo?”
Segundo ele, há uma tendência de parte dos políticos de priorizar a autoproteção:
“Muitas vezes os políticos tendem a se proteger, colocando em primeiro plano seus próprios interesses e, em segundo, os interesses do povo.”
Críticas às penas do STF
Koch classificou como exageradas as penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal a participantes do 8 de janeiro.
“Eu defendo a pena justa: pena justa faz justiça, pena injusta produz injustiça”, declarou. Para ele, o Brasil vive um “populismo penal”, em que tanto a política quanto o Judiciário buscam soluções imediatistas baseadas apenas em punições severas, sem enfrentar as raízes da criminalidade.
Superlotação nas unidades prisionais
O advogado citou ainda a recente interdição parcial do Centro de Ressocialização de Sorriso (CRS) como exemplo do colapso no sistema.
“A capacidade é para pouco mais de 100 presos e hoje há mais de 340. Em celas para nove, estão colocando 30. Não defendo regalias, não é hotel cinco estrelas, mas é preciso responsabilidade”, afirmou.
Para Carlos Koch, discutir penas duras sem considerar políticas de ressocialização é repetir erros históricos:
“Fala-se muito em pena máxima, mas pouco em resolver as verdadeiras causas da criminalidade.”
A entrevista completa foi ao ar no RBT News, onde o advogado reforçou que continuará defendendo proporcionalidade, respeito às garantias individuais e justiça no sistema penal brasileiro.
Por Ana Flávia Moreira/RBT NEWS




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